As manifestações contrárias ao governo do presidente do Egito, Hosni Mubarak, entram nesta quinta-feira (27/01) no terceiro dia. Até o momento, mais de mil pessoas foram detidas e ao menos seis morreram durante os confrontos.
Os protestos, inspirados pela revolta popular na Tunísia, alcançam uma dimensão inédita nos 30 anos de regime de Mubarak. A polícia tem usado balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que atiram pedras e bombas incendiárias contra as forças de segurança.
Efe
Manifestantes jogam pedras contra policiais no Cairo, capital do Egito
O ministro do Interior, Habib al Adli, minimizou os incidentes. “O sistema do Egito não é marginal ou frágil. Somos um Estado grande, com uma administração com apoio popular. Milhões vão decidir o futuro desta nação, não as manifestações, mesmo que com milhares (de participantes)”, disse ele ao jornal kuaitiano Al Rai. “Nosso país e estável e não se abala com tais ações.”
A exemplo dos tunisianos, os egípcios se queixam da carestia, do desemprego, da corrupção e do autoritarismo. Os ativistas prometem protestos ainda maiores na sexta-feira, que é parte do fim de semana egípcio. Uma página do Facebook anunciando a data do protesto ganhou mais de 55 mil adesões em menos de 24 horas.
“Muçulmanos e cristãos do Egito sairão para lutar contra a corrupção, o desemprego, a opressão e a ausência de liberdades”, escreveu um ativista no Facebook, site que, junto com o Twitter, tem sido crucial para convocar os protestos.
Oposição
Os protestos devem ganhar a adesão do ex-chefe da agência de energia atômica das Nações Unidas e líder opositor Mohamed ElBaradei, que mora em Viena, na Áustria, e deve chegar ao Egito ainda hoje.
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“Estou voltando ao Egito para apoiar as ruas, porque realmente não há escolha. Há esse número enorme de pessoas, e se espera que as coisas não piorem, mas por enquanto o regime não parece ter entendido o recado”, disse ele ao site norte-americano The Daily Beast.
O irmão de ElBaradei, Ali ElBaradei, disse a emissoras de TV árabes que o irmão se juntaria às manifestações programadas para sexta-feira, esperando que o governo “entendesse a mensagem”.
Bolsa de valores
A Bolsa do Egito teve que suspender suas operações nesta quinta-feira durante meia hora, pela primeira vez desde 2008, devido à forte queda que era registrada nas ações locais por conta da crise política.
O principal indicador, o EGX 30, registrava uma queda de 6,24%, após despencar 6,14% nesta quarta-feira.
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