Teve início nesta segunda-feira (7/2), no tribunal de Woolwich, em Londres, o primeiro dia de audiência que julga o pedido de extradição para a Suécia do fundador do site WilkiLeaks, Julian Assange. O advogado do jornalista australiano, Geoffrey Robertson, criticou a justiça sueca, que pede sua extradição, e afirmou temer pela vida de seu cliente caso ele seja obrigado a retornar para o país nórdico.
Durante a audiência, segundo a BBC, Robertson teria manifestado o temor de que, caso essa possibilidade se concretize, Assange seria extraditado posteriormente aos Estados Unidos, onde poderia ser morto ou até enviado para a prisão de Guantánamo, acusado de espionagem. As alegações norte-americanas estariam ligadas ao fato do WikiLeaks ter vazado documentos secretos do governo daquele país.
Robertson também disse que, em caso de extradição, seu cliente poderia sofrer um julgamento “midiático”, já que a imprensa sueca estaria em uma campanha para desmoralizá-lo. Robertson chegou a exibir artigos de jornais locais que descrevem Assange como “covarde” por se negar a voltar ao país.
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Assange enfrenta queixa de duas mulheres suecas que alegam ter sido estupradas por ele. O australiano, por sua vez, nega essa versão. Ele está solto sob fiança por decisão da justiça britânica antes do Natal, após ficar nove dias preso.
Em uma breve declaração à imprensa logo após a audiência, Assange, afirmou que, nos últimos meses, uma caixa-preta com o rótulo “estuprador” foi colocada em sua vida e agora ela está sendo aberta para revelar que não há nada dentro. Ele disse estar confiante que essa caixa aparecerá “vazia” e ele será inocentado.
Assange agradeceu o apoio de seus seguidores e de sua equipe jurídica e assinalou que, nesses momentos difíceis em sua vida, descobriu quem são seus verdadeiros amigos.
A defesa de Assange apresentou seus argumentos contra a extradição do réu à Suécia, país que o reivindica para interrogá-lo por crimes sexuais, dos quais até agora não foi formalmente acusado. O processo de extradição continuará na terça-feira com uma segunda sessão, e são esperadas mais testemunhas.
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