Cerca de cem familiares das vítimas do maremoto que atingiu o Chile em fevereiro de 2010 solicitaram à justiça nesta segunda-feira (7/2) que a ex-presidente Michelle Bachelet seja interrogada como uma das responsáveis por supostas falhas durante o alerta de tsunami, que teriam sido a causa de 156 mortes e do desaparecimento de 25 pessoas. As informações são do jornal espanhol El Mundo e de sites chilenos.
O advogado Raúl Meza, que representa o grupo de familiares das vítimas, apresentou a solicitação em um tribunal de Santiago. Trata-se da primeira representação contra as autoridades do governo Bachelet (2006-2010). Meza responsabiliza a ex-mandatária e outros quatro membros do governo de “negação de auxílio” e “abandono de destino”, e afirma que todos os envolvidos poderão ser excluídos do poder público de forma definitiva.
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Em dezembro, Bachelet já havia prestado declarações sobre o caso, na qualidade de testemunha, à promotoria que investiga o incidente. O tsunami foi registrado na região costeira de Maule, em 27 de fevereiro, horas depois do terremoto que assolou o país. Os dois fenômenos deixaram ao menos 802 mortos, 19 desaparecidos e cerca de 2 milhões de desalojados.
A investigação também é dirigida contra os ex-ministros de Defesa, Francisco Vidal, e do Interior, Edmundo Pérez Yoma, e também o então secretário-adjunto do Interior, Patricio Rosende, e a ex-diretora da Oficina Nacional de Emergências (Onemi) Carmen Fernández.
“Entendemos que a ex-presidente tomou decisões de caráter técnico as quais não estava habilitada legalmente para tomar”, disse Meza, que conta com a ajuda da Simón Yévenes, uma fundação conservadora chilena.
A Câmara de Deputados chilena aprovou em setembro um informe elaborado por uma comissão investigadora que responsabilizou a ex-presidente por não decretar com antecedência o estado de exceção devido ao terremoto de magnitude 8,8 que atingiu a região central.
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