A situação de saúde dos 170 mil refugiados sudaneses em acampamentos e assentamentos no Sudão do Sul é “alarmante”, afirmou nesta sexta-feira (24/08) o ACNUR (Alto Comissariado da ONU para os Refugiados).
“Com 170 mil sudaneses refugiados neste momento no país, a situação de saúde desta população se transformou em uma questão de crescente preocupação para nós”, disse em entrevista coletiva o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards.
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“Na situação atual de chuva e frio, estamos vendo refugiados que sofrem de infecções respiratórias, diarreia e malária”, explicou Edwards, que revelou que na região do Alto Nilo “quase metade dos refugiados têm menos de onze anos, faixa idade que mais sofre”.
O ACNUR informou que os índices de mortalidade e de desnutrição severa entre menores de cinco anos são alarmantes, devido sobretudo ao fato das mães e responsáveis estarem doentes e fracos. Em Yousef Batil, acampamento que abriga 34 mil sudaneses procedentes do estado do Nilo Azul, 15% das crianças menores de cinco anos (cerca de 1.600) “estão severamente desnutridas”.
O ACNUR iniciou com seus colaboradores locais um programa integral de saúde e higiene para estimular uma série de hábitos que evitam a propagação de doenças. “Estamos tentando ressaltar aos refugiados a importância de ações básicas como lavar as mãos, recolher água em recipientes limpos e não defecar ao ar livre. Continuamos construindo latrinas”, explicou Edwards.
O porta-voz destacou a dificuldade de lidar com o “drástico” aumento da chegada de refugiados que fogem do vizinho do Sudão por causa da violência. Do abril até hoje, o número de deslocados subiu de 99 mil para 170 mil.
Desde que o Sudão do Sul se tornou independente, em julho de 2011, as relações com o Sudão ficaram muito tensas, com episódios de bombardeios em zonas fronteiriças e enfrentamentos entre ambos os exércitos.