Acordo Mercosul-UE será assinado durante Presidência brasileira no bloco, garante Lula
Líder brasileiro se ofereceu para conversar com agricultores franceses, que pressionam contra assinatura do documento por falta de garantias e questões ambientais
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, em pronunciamento conjunto com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, durante uma visita de Estado a Paris nesta quinta-feira (05/06).
“Expus ao presidente Macron minha convicção sobre o papel estratégico da parceria Mercosul-UE, e quero afirmar na frente da imprensa que eu assumirei a Presidência do Mercosul no próximo dia 6 [de julho] e não a deixarei sem concluir o acordo”, afirmou o mandatário.
“Portanto, meu caro, abra seu coração para a possibilidade de fazer esse acordo com nosso querido Mercosul. Essa é a melhor resposta que nossas regiões podem dar diante do cenário de incerteza criado pelo retorno do unilateralismo e protecionismo tarifário”, acrescentou Lula.
Em coletiva de imprensa após o pronunciamento, o presidente ressaltou que existem “boas condições” para assinar o tratado e lembrou que o Mercosul vai facilitar as importações de vinhos e queijos da França, em resposta às críticas ao acordo feitas por agricultores europeus, sobretudo franceses.

Ricardo Stuckert / PR
“Eu deixarei a Presidência do Mercosul com o acordo firmado, e com o presidente Macron participando da assinatura. E, se precisar, eu venho conversar com os agricultores franceses para mostrar que eles vão ganhar com o acordo”, destacou o líder brasileiro, que presenteou o colega com uma caixa de queijos brasileiros.
“O Macron pode dizer aos agricultores franceses que pode ter alguém no mundo preocupado com o meio ambiente igual ao meu governo, mas não mais. Eu queria pedir ao Macron uma coisa muito séria: não permita que nenhum país europeu coloque dúvida sobre a defesa que o Brasil faz para reduzir o desmatamento”, disse.
Concluído no fim do ano passado, o acordo Mercosul-UE está em fase de revisão e tradução e pode ser assinado pelas partes até o fim do ano, para depois seguir para a etapa de ratificação pelos dois blocos. Alguns países europeus, como a França, no entanto, pedem mais garantias para o setor agropecuário e questionam a legislação para proteção ambiental do países da América do Sul.
(*) Com Ansa
