Quarta-feira, 26 de março de 2025
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O partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) readmitiu nesta terça-feira (25/02) dois políticos que haviam sido afastados da sigla após comentários com teor nazista.

A reabilitação ocorreu após o crescimento histórico da sigla nas eleições de domingo passado (23/02). Com 20% dos votos, a AfD tornou-se a segunda força política do país e o principal partido de oposição. Os dois readmitidos, que irão integrar o Parlamento alemão, foram Maximilian Krah e Matthias Helferich.

Krah renunciou ao conselho executivo federal da AfD antes das eleições de junho de 2024 para o Parlamento europeu. Ele declarou a um jornal italiano que “nem todos os membros da Schutzstaffel (SS) eram criminosos”. A “tropa de proteção” (tradução do alemão) era um grupo paramilitar de Adolf Hitler responsável pelos campos de concentração e extermínio durante o Holocausto.

O comentário de Krah causou comoção até mesmo entre outros partidos de extrema direita, como o francês Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, e o Liga da Itália, liderado por Matteo Salvini. Além disso, levou também à expulsão da AfD do agrupamento dos ultras no Parlamento Europeu.

Com isso, Krah, que encabeçava a lista de candidatos da AfD ao Parlamento Europeu, foi obrigado a renunciar e se afastar do partido.

Por sua vez, Helferich renunciou ao cargo em 2021 após uma mensagem no qual referia-se a si mesmo como “o rosto amigável do nacional-socialismo” (referência ao partido nazista) ser vazada.

Maximilian Krah e Matthias Helferich
Reprodução
Maximilian Krah e Matthias Helferich foram expulsos após comentários nazistas

Decisão da AfD foi criticada

Segundo alguns jornais alemães, a decisão de readmitir Helferich gerou polêmica até dentro das fileiras da AfD. Segundo o Zeit Online, o diretório da regional da Renânia pelo qual Helferich se elegeu advertiu os dois copresidentes do partido que eles terão de assumir a responsabilidade “por eventuais escândalos e consequências dessa decisão”.

A AfD reabilitou os dois políticos na mesma reunião em que confirmou Alice Weidel e Tino Chrupalla como copresidentes do partido. Para excluir os readmitidos, a partir de agora, seria necessária uma maioria de dois terços.

A reintegração dos dois políticos associados a uma imagem nazista levou a novos apelos pelo banimento da AfD no Parlamento, que já discutiu o assunto no final de janeiro.

“A AfD representa o maior perigo para a nossa democracia. (…) Eles estão conscientemente decidindo colocar seus rostos mais abertamente extremistas de direita na primeira fila”, disse Carman Wegge, do Partido Social-Democrata (SPD)