Sexta-feira, 13 de junho de 2025
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A agência de classificação de riscos Moody’s rebaixou nesta quarta-feira (06/06) a nota de sete bancos alemães e três austríacos. A avaliação já era esperada pelo mercado, pois a agência divulgou uma advertência neste sentido em fevereiro desse ano. Segundo nota à imprensa, a Moody’s disse que o rebaixamento foi em consequência da “prolongada crise europeia”.

No caso dos bancos austríacos, as notas do UniCredit Bank Austria (UBA) e do Raiffeisen Bank International caíram em apenas em um nível e a do Erste Group Bank AG, em dois níveis. Na Alemanha, o Commerzbank, segundo maior banco do país, teve sua nota rebaixada em um grau na escala da agência, de A2 para A3.

Apesar disso, os bancos alemães continuam entre as primeiras classificações da Moody’s, contrastando com as avaliações de bancos de outros países europeus, como os gregos e portugueses, por exemplo.

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O alarme, porém, não vem das notas atribuídas aos bancos, que continuam na escala de investimentos da agência, mas sim das perspectivas atribuídas pela Moody’s. Segundo o relatório, a perspectiva dos bancos austríacos e do Commerzbank é negativa, isto é, acredita-se que suas notas serão rebaixadas nos próximos meses.

Apesar disso, os bancos alemães continuam entre as primeiras classificações da agência

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A agência de classificação de risco é responsável por avaliar a probabilidade das instituições financeiras de continuar cumprindo seus compromissos, influenciando diretamente o fluxo de investimentos do mercado financeiro e consequentemente, a economia. Em matéria do Opera Mundi de abril do ano passado, o ex-ministro das Finanças grego Giorgios Papaconstantinou disse que “as agências reagem aos mercados, e depois, são os mercados que reagem às agências, é um circulo vicioso”.

Desde 2008, quando deixaram de prever a crise norte-americana do subprime, a Moody’s e outras agências de classificação de risco são seriamente questionadas. “É certo que as agências têm poder demais”, disse um banqueiro europeu ao Opera Mundi no ano passado.

Para ele, as notas dadas as instituições são “altamente” subjetivas: “Os países contratam os bancos para ajudá-los a apresentar os resultados fiscais de forma mais positiva, para obter uma boa avaliação das agências”, continuou. “Isso não é difícil: os bancos têm ex-funcionários das agências, o que nos ajuda a entender exatamente o que eles querem ver.”

O anúncio vem no mesmo dia em que a Espanha anunciou que necessita de ajuda para socorrer a dívida de 100 bilhões de seus bancos. A Alemanha é a principal credora da Espanha, Grécia, Irlanda e Portugal. Mas, a maior economia européia apresenta sinais de desaceleramento: segundo o Welt Online, o setor industrial alemão caiu 2,2% e abril. É necessário perguntar se o anúncio da Moody’s não trará consequências negativas à economia europeia.