O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou nesta quinta-feira (18/11) que os Estados Unidos, onde mais de 50 mulheres estão no corredor da morte, não têm o direito de criticar o país pela condenação à morte, por apedrejamento, de uma mulher iraniana.
“Tenho um lista de 53 mulheres condenadas à morte nos EUA e que atualmente esperam para ser executadas. Nesta situação surge a pergunta: se o problema com uma mulher no Irã é visto como uma violação dos direitos humanos, então, por que não se coloca o caso das 53 mulheres nos EUA?”, questionou.
Ele perguntou por que a imprensa se cala quando os EUA condenam alguém à morte, mas quando o Irã o faz a mídia cria enorme repercussão. “Se eles acham que é dessa maneira que ensinam o povo iraniano, não é assim. Eles matam as pessoas na Ásia, na África e condecoram os assassinos”.
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No que diz respeito à cidadã iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte, Ahmadinejad disse que o caso está seguindo o procedimento judicial. “Consideramos que este assunto não levanta nenhum problema”, acrescentou o presidente iraniano, em entrevista coletiva.
O caso de Sakineh, de 43 anos, mãe de dois filhos, acusada de adultério e condenada à morte por apedrejamento, despertou uma onda de críticas e protestos da comunidade internacional.
Programa nuclear
Sobre o programa nuclear iraniano, alvo de rechaço das principais potência mundiais, Ahmadinejad disse que seu país está disposto a dialogar sobre a questão, mas “sobre bases justas e de respeito mútuo”.
Ele se disse aberto a negociações com o Grupo 5+1, formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – EUA, França, Reino Unido, Rússia e China – além da Alemanha.
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“Devido a sua moral exploradora, alguns membros desse grupo negociador tentam conseguir vantagens nas negociações”, ressaltou Ahmadinejad. O presidente afirmou que, quando as conversas sobre o programa nuclear iraniano estavam em seu apogeu, foram adotadas as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra seu país.
“Isso foi feito para pôr o Irã em condições desvantajosas”, explicou Ahmadinejad. “Os seis meses que passaram desde então demonstraram a inutilidade do embargo”.
Ele comparou as sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU contra seu país com uma “picada de mosquito” e acrescentou que, apesar delas, a economia iraniana manteve seu crescimento.
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