Por meio de um comunicado, os países da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América) afirmaram, na madrugada desta quarta-feira (03/07) que a atitude dos governos da França, Portugal, Espanha e Itália contra Evo Morales consiste em uma “fragrante discriminação”. Na noite desta terça, o avião do presidente boliviano foi impedido de sobrevoar ou pousar nestes países, devido à suspeita de que ex-agente norte-americano Edward Snowden estava a bordo.
“Esta grave situação, promovida pelo imperialismo norte-americano e seus aliados europeus pôs em perigo a visa do irmão presidente Morales e da comitiva que o acompanhava, ao forçar a aterrissagem de emergência na Áustria do avião oficial que o transladava, somente pela presunção de que o cidadão dos Estados Unidos Edward Snowden estaria abordo da aeronave”, expressa o texto.
NULL
NULL
Em declarações à emissora Telesur, o secretário executivo da aliança, Rodolfo Sánz, disse que convocará uma reunião de chanceleres da Alba para avaliar medidas a serem tomadas para evitar que situações como esta se repitam, e que se manifestaram na ONU por violação do direito internacional. Para ele, a situação de deve à “arrogância imperial” e qualificou o sucedido como uma “enorme sacanagem” dos governos europeus.
No comunicado, os países integrantes do bloco manifestaram também que a situação, que manteve Morales por cerca de 14 horas no aeroporto de Viena, poderia ter sido resolvida “pelas vias diplomáticas estabelecidas no Direito Internacional”, e pediram que as nações envolvidas “não continuem com esta prática”. Segundo o comunicado, a atitude dos governos europeus representa uma “ameaça à imunidade diplomática de um Chefe de Estado”, baseada em “motivos infundados”.
O impedimento de que o avião presidencial de Evo Morales sobrevoasse os países se deu após a participação do mandatário na 2ª. Cúpula dos Países Exportadores de Gás, em Moscou. “Ratifico toda solidariedade com Evo e da Venezuela com dignidade responderemos a esta agressão perigosa, desproporcional e inaceitável”, escreveu o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em sua conta de Twitter, atribuindo o fato à “obsessão imperial”.