O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou na noite desta sexta-feira (17/09) uma reforma ministerial dias após impasses em seu gabinete deflagrado por conta do resultado positivo da direita macrista nas eleições primárias do país.
No total, o mandatário confirmou a alteração em seis Ministérios. O atual governador de Tucumán, Juan Manzur, assume a chefia do gabinete; Santiago Cafiero saiu de chefe do gabinete para o Ministério das Relações Exteriores no lugar de Felipe Solá; Aníbal Fernández no Ministério de Segurança; Julián Domínguez na pasta da Pecuária, Agricultura e Pesca; Jaime Perzyck no comando da Educação; Daniel Filmus ocupará a Ciência e Tecnologia; Juan Rossa como novo secretário de Comunicação de Imprensa.
Nenhuma das mudanças anunciadas era comandada pelos ministros que na quarta-feira (15/09) colocaram seus cargos à disposição. Sendo assim, o ministro do Interior, Eduardo “Wado” de Pedro, o primeiro a oferecer sua renúncia a Fernández, Martín Soria, da Justiça, Roberto Salvarezza, Ciência, Juan Cabandié, do Meio Ambiente, e Tristán Bauer, da Cultura, permanecem nas pastas.
Segundo a Casa Rosada, a posse dos novos ministros acontecerá na segunda-feira (20/09). O governo disse ainda que Fernández “agradeceu o trabalho desenvolvido pelos dirigentes cessantes”, recebendo o “compromisso nesta nova fase dos ministros nomeados”.
A confirmação da reforma veio após o então secretário de Comunicação e Imprensa, Juan Pablo Biondi, apresentar sua demissão ao presidente. Biondi foi alvo de críticas da vice-presidente Cristina Kirchner, quando ela publicou uma carta aberta em relação ao governo.
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Após o anúncio, Fernández agradeceu o ‘trabalho desenvolvido pelos dirigentes cessantes’; posse acontece na segunda-feira (20/09)
O agora ex-secretário disse “esperar” que o seu distanciamento “contribua para pacificar, em parte, esse momento difícil” que vive o país. “Sempre fui uma peça de harmonia, concórdia e tolerância em minhas funções”, afirmou Biondi apontando que ficou ofendido com as “más interpretações” que Cristina fez sobre ele.
Na quinta-feira (16/09), a vice-presidente pediu que Fernández reformulasse o governo, fazendo críticas à gestão após os resultados nas primárias, mas prometeu não fazer oposição e disse ter confiança nas decisões do Executivo.
Sobre os membros do gabinete de Fernández, a vice-presidente avaliou que “precisamos que as pessoas que ocupam essas cadeiras defendam definitivamente os interesses do povo”.
Após as eleições primárias, o presidente admitiu que o governo deve escutar a “mensagem das urnas” e “atuar com toda a responsabilidade”. “Eu ouvi meu povo. A arrogância e a prepotência não se aninham em mim. A gestão do governo continuará se desenvolvendo do modo que que considerar conveniente. Para isso eu fui eleito”, escreveu.
Em outra mensagem, o presidente ressaltou que “não é tempo de levantar disputas que nos desviem do caminho”.