Quarta-feira, 11 de junho de 2025
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Alemanha e França viram suas economias registrarem, em 2009, a maior contração desde o fim da Segunda Guerra Mundial. A economia alemã, a maior da Europa, se estagnou nos últimos três meses de 2009, após a ligeira recuperação registrada nos dois trimestres anteriores, e apresentou queda de 5% do PIB (Produto Interno Bruto). Na França, segunda maior economia, o PIB teve queda de 2,2%, mas o crescimento no quarto trimestre de 2009 deu sinais de melhoras.

De acordo com os dados publicados hoje (12) pelo Escritório Federal de Estatística, o PIB alemão não registrou crescimento nos últimos três meses do ano, depois que no segundo trimestre subiu 0,4%, e, no terceiro, 0,7%. Com relação ao último trimestre de 2008, o PIB sofreu um retrocesso de 1,8%. A queda no terceiro trimestre tinha sido muito mais forte: 4,7%.

Segundo destacou o Escritório de Estatística, o único fator positivo do quarto trimestre foram as exportações, enquanto as importações, os investimentos e o consumo retrocederam. “O consumo interno e o nível de investimentos caíram e frearam o crescimento econômico”, informou o departamento em nota.

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“A dinâmica subjacente à exportação, que liderou a recuperação até agora, continua sólida”, disse à Reuters Carsten Brzeski, do ING Financial Markets. Para ele, “o motor de crescimento da zona do euro teve uma quebra no quarto trimestre, mas deve voltar logo.”

“Não temos mais uma queda, mas sim uma recuperação muito fraca”, afirmou à BBC Gerd Hassel, economista do BHF-Bank. “O primeiro trimestre provavelmente será fraco também.”

Apesar dados negativos, o governo alemão ainda espera que a economia cresça em 1,4% neste ano. Já o FMI (Fundo Monetário Internacional aposta que o PIB alemão crescerá 1,5%.

Para Simon Junker, do Commerzbank, “os números do quarto trimestre são decepcionantes, mas não sinalizam o fim da recuperação”.

“Devido ao clima severo, a atividade na construção civil está reaquecendo agora. No entanto, esperamos um crescimento econômico de 0,5% no primeiro trimestre de 2010, e deve ser um pouco mais no segundo trimestre.”

O presidente do banco central alemão, Axel Weber, afirmou que o PIB poderá se retrair no primeiro trimestre de 2010.

França

Mesmo registrando uma queda de 2,2% no PIB em 2009 – maior retrocesso do período pós-Segunda Guerra Mundial (1939-1945) – a França demonstrou sinais de recuperação no quarto trimestre, quando a economia cresceu 0,6%, acima das previsões. Os dados – preliminares – foram divulgados pelo Insee (Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos).

O consumo cresceu 0,9% no quarto trimestre, enquanto o investimento industrial caiu 0,8%. “São ótimas notícias, que contrastam com os resultados alemães, desapontadores”, afirmou à Reuters Jean-Louis Mourier, economista da Aurel BGC.

Analistas, segundo a Reuters, esperavam alta nos gastos dos consumidores, auxiliados por programas para a compra de automóveis. 

União Europeia

A economia da União Europeia e da zona do euro cresceu 0,1% entre outubro e dezembro de 2009, contra avanços de 0,4% nos países da moeda única e 0,3% no conjunto do bloco no trimestre anterior. Segundo o Eurostat (escritório de estatísticas da UE), a economia dos
países da moeda única acumulou uma queda de 4% em 2009, enquanto no
conjunto da UE o retrocesso foi de 4,1%.

Em termos anualizados, a economia na zona do euro encolheu 2,1%, enquanto no conjunto da UE o corte foi de 2,3%, após quedas de 4% e 4,3%, respectivamente, no trimestre anterior.

Dentre os países para os quais há dados, os que mais avançaram no quarto trimestre de 2009 foram Estônia (2,6%) e Eslováquia (2%), enquanto os que mais sentiram a crise econômica foram Letônia (-3,2%) e Romênia (-1,5%).

Alemanha e França fecharam 2009 com a pior recessão desde a Segunda Guerra

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