Terça-feira, 15 de julho de 2025
APOIE
Menu

O vice-comandante das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), o major-general Yair Golan, declarou nesta quarta-feira (04/05) que vê em Israel “sinais” do que ocorreu na Europa antes e durante a Segunda Guerra, incluindo na Alemanha nazista. O general falou em uma cerimônia pela ocasião do Dia de Lembrança do Holocausto.

“Se existe algo que me amedronta sobre a memória do Holocausto é reconhecer os processos revoltantes que ocorreram na Europa em geral, e particularmente na Alemanha, lá atrás — há 70, 80 e 90 anos — e encontrar sinais deles entre nós hoje em 2016”, disse Golan.

EFE

Jovens israelenses participam de cerimônia em Jerusalém no Dia de Lembrança do Holocausto 

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

“Não há nada mais fácil do que odiar o estranho, nada mais fácil do que atiçar medos e intimidar. Não há nada mais fácil do que se comportar como um animal e agir de modo dissimulado”, afirmou. “No Dia de Lembrança do Holocausto, nós precisamos discutir nossa habilidade de desenraizar as sementes da intolerância, da violência e da autodestruição”.

Para Golan, o Holocausto “deve nos fazer refletir profundamente sobre a responsabilidade de liderança, sobre a qualidade da sociedade e deve nos guiar para o pensamento fundamental sobre como nós, aqui e agora, tratamos o estranho, o órfão e a viúva e todos que são como eles”.

'Não há nada mais fácil do que odiar o estranho, atiçar medos e intimidar', disse Yair Golan, vice-comandante do IDF; Netanyahu chamou fala de 'inaceitável'

NULL

NULL

Lideranças políticas e militares de Israel se manifestaram sobre as afirmações de Golan, que causaram desconforto em muitos nomes do governo chefiado por Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro isralense. O ministro da Educação de Israel, Naftali Bennett, rechaçou as declarações de Golan, que classificou como “um erro que deve ser corrigido imediatamente”, enquanto o ministro da Justiça, Ayelet Shaked, disse que o militar estava “confuso”. Já o líder da oposição de centro-esquerda, Isaac Herzog, elogiou Golan e disse que ele demonstrou “moralidade e responsabilidade”.

Por meio de um comunicado divulgado na madrugada desta quinta-feira (05/05), Golan disse que não teve a intenção de criticar o governo, nem comparar as forças de segurança israelenses e o país ao que ocorreu na Alemanha nos anos 1930 e 1940. Segundo a nota, a comparação é “absurda e infundada”.

Segundo apuração da imprensa israelense, após a declaração, Netanyahu afirmou que a fala de Golan é “inaceitável” em telefonema para o ministro da Defesa, Moshe Ya’alon, que disse ter “total confiança” em Golan.

Ainda de acordo com fontes ouvidas pela imprensa local, Netanyahu se mostrou satisfeito com o comunicado emitido após as críticas. Oficiais das forças de segurança afirmaram que o comunicado não teve influência da reprimenda do primeiro-ministro e que o teriam redigido independentemente da postura de Netanyahu.