O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, criticou a demora dos países em socorrer o Haiti após o terremoto e afirmou que o total de ajuda dada pelo governo brasileiro, empresas nacionais, e doações ao país já ultrapassa 425 milhões de reais, montante que pode chegar a um bilhão, com doações de entidades e indivíduos privados e dinheiro para reconstrução. Amorim viajou hoje (28) para Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial.
“Estou emocionado com a grande generosidade que está havendo ao Haiti neste momento, mas devemos pensar a médio e longo prazo, porque isso está na volta da esquina, para reconstruir o país. Eu acho que eles [países ricos] demoraram e podem fazer mais”, afirmou Amorim, em uma sessão do Fórum destinada a debater como a comunidade empresarial pode ajudar nesta tarefa.
A União Europeia, principal doadora até agora, prometeu cerca de 776 milhões de reais em verba de socorro e de reconstrução. Os Estados Unidos doaram cerca de 184 milhões, mas isso exclui despesas com envio de tropas.
“Na medida provisória [assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva], em dinheiro diretamente relacionado à ajuda ao Haiti, dá 230 milhões de reais”, disse Amorim, explicando que isso inclui, além de doações de alimentos, hospitais de campanha, gastos com logística e envio de pessoal.
“É provável que, se somar dinheiro prometido pela Confederação Nacional da Agricultura e o que sairá do estoque regulador, passe bastante disso”, acrescentou, citando um bilhão como uma cifra factível.
O chanceler reconhece que quer aproveitar o momento para adotar o maior número de decisões e compromissos políticos em relação ao Haiti, influenciando o destino do país no longo prazo. “Temos de fazer isso antes que a mídia mude seu foco para outro desastre internacional e que o Haiti fique em segundo plano”, disse. “Nosso problema é fazer muita coisa e muito rápido”, afirmou. “A pobreza existia antes do terremoto e não vai desaparecer quando as equipes de socorro e TVs forem a outro lugar.”
Lula
O presidente Lula viajaria hoje a Davos para receber o prêmio de Estadista Global, o primeiro dessa categoria, porém, recebeu o diagnóstico de uma crise de hipertensão dentro do avião que o levaria à Suíça e desembarcou em Recife. Lula foi internado e hoje de manhã recebeu alta, mas os médicos recomendaram que suspendesse sua viagem.
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