As eleições presidenciais marcadas para 17 de março de 2024 serão realizadas nas quatro regiões ucranianas anexadas por Moscou, anunciou a Comissão Eleitoral da Rússia nesta segunda-feira (11/12)
A decisão foi unânime após consultas com o Ministério da Defesa, o Serviço Federal de Segurança (FSB) e os chefes dos governos separatistas de Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson, segundo a agência russa Tass.
As quatro regiões são controladas parcialmente pela Rússia, que realizou em setembro de 2022 referendos sobre as anexações dessas zonas.
Por outro lado, a Ucrânia condenou a intenção de Moscou em organizar a votação nos territórios. O Ministério dos Negócios Estrangeiros do país disse que qualquer votação deste tipo seria “nula e sem efeito”, ameaçando também que quaisquer observadores internacionais enviados para monitorar as eleições russas “enfrentariam responsabilidade criminal”.
Flickr
As eleições presidenciais russas serão realizadas nas quatro regiões ucranianas anexadas por Moscou
A capacidade da Rússia em realizar as votações nos que chama de “novos territórios” é politicamente importante para o Kremlin, mas levanta desafios logísticos e de segurança devido ao controle limitado do país nas áreas, no meio de uma guerra que ainda está em curso, desde fevereiro de 2022.
Na sexta-feira (08/12), o presidente Vladimir Putin, de 71 anos, confirmou sua candidatura para 2024, sendo portanto a quinta vez que concorre à liderança da Rússia.
Levando em consideração as reformas constitucionais do país, o atual líder de Kremlin é elegível para mais dois mandatos de seis anos. Sua gestão expira no próximo ano e, caso seja reeleito mais duas vezes, o presidente poderá se manter no poder até 2036.
Putin comanda a Rússia desde agosto de 1999, quando se tornou premiê na presidência de Boris Yeltsin. Desde então, tem se alternado nos cargos de primeiro-ministro e presidente, em meio a eleições muito contestadas pela oposição.
(*) Com Ansa