Nos últimos dias de seu mandato, a administração de Joe Biden está buscando alternativas para evitar a proibição do TikTok nos Estados Unidos, prevista para entrar em vigor no próximo domingo (19/01), enquanto se prepara para transferir a questão para o presidente eleito Donald Trump. Na última quarta-feira (15), Biden usou seu discurso de despedida para reforçar a mensagem de que a “alma da América” continua em risco.
A administração de Joe Biden está explorando maneiras de manter o TikTok disponível no país, mesmo que a proibição prevista para entrar em vigor no domingo seja confirmada. “Os americanos não devem esperar que o TikTok seja banido de repente no domingo”, afirmou um oficial da administração, indicando que alternativas estão sendo avaliadas para evitar que o aplicativo fique inacessível.
Bruce Reed, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, lidera as discussões e tem recebido apelos para impedir a proibição. Caso Biden avance com o plano, a suspensão do TikTok não marcaria o fim de seu mandato, transferindo a decisão para Donald Trump, que assume a Presidência na segunda-feira.
Enquanto isso, o futuro conselheiro de segurança nacional de Trump, Mike Waltz, disse que o novo governo está pronto para intervir e preservar o acesso ao aplicativo no mercado americano. Já Pam Bondi, indicada por Trump para procuradora-geral, não garantiu que cumprirá a proibição durante sua audiência no Senado. A questão segue pendente de decisão do Congresso e da Suprema Corte.

A administração de Joe Biden está explorando maneiras de manter o TikTok disponível no país, mesmo que a proibição prevista para entrar em vigor no domingo seja confirmada
Discurso de despedida em tom de alerta
Em seu discurso de despedida, Biden escolheu a Estátua da Liberdade como metáfora central, simbolizando o espírito resiliente e democrático dos Estados Unidos. Ele destacou que, como o monumento, o país foi construído por muitas mãos, enfrentou tempestades e continua avançando com união e trabalho coletivo. Para Biden, a estátua representa a “alma americana”: uma combinação de esforços individuais e valores compartilhados que sustentam a democracia.
Biden também celebrou os avanços de sua administração, como a criação de quase 17 milhões de empregos, investimentos históricos em infraestrutura e energia limpa, e a volta da fabricação de semicondutores ao país. Ele ressaltou que essas ações não apenas impulsionaram a economia, mas também plantaram as bases para um crescimento sustentável e justo no futuro. Ainda, alertou sobre os perigos à democracia, defendendo regulamentações para grandes empresas de tecnologia, transparência no financiamento político e medidas contra a concentração de poder.
Decisões estratégicas
Nos últimos dias, Biden tomou decisões estratégicas para consolidar seu legado e proteger políticas de seu governo. Ele proibiu novas perfurações de petróleo e gás em águas costeiras, criou monumentos nacionais na Califórnia para preservar áreas naturais e assinou a lei climática mais ambiciosa da história.
No campo social, o presidente Biden concedeu um perdão recorde ao comutar as sentenças de cerca de 1.500 pessoas e perdoar 39 indivíduos, em um dos maiores atos de clemência de um único dia na história dos Estados Unidos.
Além disso, ele retirou Cuba da lista norte-americana de países que patrocinam o terrorismo, uma medida que reverteu a classificação atribuída pelo governo Trump. Biden também expandiu as proteções contra deportação para milhares de imigrantes, incluindo aqueles de países como Venezuela e Ucrânia.
No campo global, reafirmou o papel dos EUA como líder mundial, com apoio à Ucrânia e estratégias para competir com a China em tecnologia.