A economia das 17 nações do bloco monetário contraiu 0,2% no segundo trimestre, segundo dados divulgados nesta terça-feira (14/08). Isso porque um terço dos países que formam parte do euro se encontra em recessão. Espanha, Itália, Portugal, Grécia e Chipe somam dois ou mais trimestres consecutivos em baixa, segundo informe publicado pelo Eurostat.

As economias francesa e alemã suportaram melhor do que o previsto as turbulências dos últimos meses. Para a França, o segundo trimestre deste ano foi o terceiro seguido de crescimento zero. O banco central do país já afirmou que espera uma contração pequena no terceiro trimestre. Por sua vez, a Alemanha, cujo banco central projetava uma alta de 0,2%, teve crescimento de 0,3%, graças aos números do consumo e da exportação.

“Esses números não são excelentes, mas ao mesmo tempo a França não está em recessão, enquanto a maioria de seus parceiros europeus está”, afirmou o ministro das Finanças do país, Pierre Moscovici, à rádio Europe 1.

O Reino Unido está em recessão, uma vez que o PIB (Produto Interno Bruto) se contraiu 0,7% no período analisado, acumulando três trimestres consecutivos de queda. A Romênia, porém, conseguiu registrar um ligeiro crescimento de 0,5% entre abril e junho, frente às quedas de 0,1% e ,2% nos trimestres anteriores. O melhor resultado foi registrado pela Suécia, com crescimento de 1,4%. A Bélgica apresentou queda de 0,6%, após alta de 0,2% no início do ano.

Países do sul

Para os membros do bloco monetário no ápice de sua crise da dívida, o quadro ainda é negativo e, ao passo que suas economias encolhem, assim como as receitas tributárias, fazer cortes de déficit fica ainda mais difícil. Isso tem alimentando um crescente debate dentro e fora da Europa sobre o sentido das medidas de austeridade. A forte queda de Portugal de 1,2% no segundo trimestre acontece em plena aplicação do plano econômico de Bruxelas.

Os dados do segundo trimestre da Itália divulgados na semana passada mostraram que a economia retraiu 0,7% na base trimestral, aumentando as dificuldades do governo tecnocrata de Mario Monti. A economia da Espanha encolheu 0,4% no mesmo período, colocando o país ainda mais em recessão, de acordo com dados divulgados há duas semanas.