O fundo de arrecadação criado para angariar recursos para Luigi Mangione, jovem de 26 anos acusado de matar a tiros Brian Thompson, CEO da United Healthcare, em dezembro passado, nos Estados Unidos, já reuniu cerca de U$ 360 mil (mais de R$ 2 milhões).
Disponível na plataforma GiveSendGo, os apoiadores de Magione afirmam que a arrecadação “não celebra a violência”, mas serve para que o acusado usufrua do “direito constitucional de representação legal justa” diante dos processos na Justiça norte-americana.
“Todos os lucros serão enviados diretamente para Luigi ou, se ele optar por rejeitar os fundos, eles serão doados para outros presos políticos e réus dos EUA enfrentando acusações politizadas”, detalha a iniciativa, criada em 4 de dezembro de 2024, cinco dias antes da detenção de Mangione, em 9 de dezembro.
Na plataforma de arrecadação, os organizadores, denominados como “O Comitê Jurídico de 4 de dezembro” trazem atualizações sobre o caso e contatos com a equipe de defesa de Mangione.
Na última nota, na segunda-feira (10/02), a equipe informou os doadores que manteve contato com a advogada do acusado, Karen Agnifilo, e toda sua equipe jurídica. Na conversa, foram notificados das doações, de modo que Agnifilo declarou que Magione “aprecia muito a demonstração de apoio”.
Após dois meses da detenção de Magione, ainda não é clara a motivação do crime do qual é acusado. Segundo promotores federais envolvidos no caso, ele tinha um caderno com comentários críticos à indústria de seguradoras de saúde nos EUA.
“Os [norte-]americanos assistiram à mídia se esforçar para demonizá-lo enquanto os comentários nas redes sociais transbordavam de apoio. O cidadão médio entende quem são os verdadeiros culpados”, afirmaram os organizadores da arrecadação, sem mencionar a indústria das seguradoras.

Manifestação a favor da libertação de Mangione em Silver Spring, Maryland, cidade natal do acusado
Segundo os organizadores, “as tentativas de diminuir seu apoio só saíram pela culatra”, exemplificando que um artigo da revista Newsweek, de Nova Iorque, “tentou caracterizar o fundo [de arrecadação] como estagnado”, mas desde sua publicação, em 2 de fevereiro, mais U$ 64 mil (cerca de R$ 369 mil) foram doados e não há “sinais de desaceleração”.
A iniciativa ainda informou que tal apoio financeiro levou a “acusações de terrorismo sem precedentes” contra Mangione. Caso elas sejam consideradas, pode ser declarado como culpado e atribuído à pena de morte.
“Isso é fundamentalmente inaceitável. Estamos entusiasmados que o dinheiro arrecadado por essa campanha irá para a construção da defesa mais forte possível contra essas acusações insultuosas”, declarou.
O fundo destinado a Mangione recebe doações a cada poucos minutos, inclusive de diferentes partes do mundo, como Reino Unido e França. As transferências são acompanhadas de mensagens de apoio relacionadas à causa pelo direito de acesso à saúde nos Estados Unidos.
“Caro Luigi, espero que você ande livre. Obrigado por abrir nossos olhos para as falhas do sistema de saúde moderno. Enviando a você força e meu apoio sincero”, escreveu um doador anônimo nesta quarta-feira (12/02).
Outro apoiador escreveu: “obrigado Luigi, você vingou tantas almas. Enviando-lhe força diretamente da França”.
“Obrigado por lembrar a todos que o sistema de saúde dos EUA é horrível”, comentou outra pessoa.