Quarta-feira, 11 de junho de 2025
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O presidente da Bolívia, Luis Arce, realizou um discurso nesta quinta-feira (24/10), durante a reunião de chefes de Estado, na jornada de encerramento da 16ª Cúpula do BRICS, na cidade de Kazan, na Rússia.

Em sua intervenção, o mandatário sul-americano enfatizou a criação do sistema de pagamentos BRICS Pay, que busca oferecer uma alternativa para o comércio internacional que utilize apenas as moedas nacionais dos países envolvidos, sem a utilização do dólar norte-americano.

“A hegemonia do dólar deve acabar”, frisou Arce, que descreveu a atual edição da cúpula do BRICS como “um novo amanhecer para muitos países que anseiam pelo fim do sistema de Bretton Woods, o qual já domina as relações econômicas globais desde 1945, e que em todos esses anos só serviu para favorecer as potências ocidentais, criando uma ‘camisa de força’ para os países em desenvolvimento”.

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A declaração aconteceu horas depois do anúncio do país como um dos novos “países-parceiros” do bloco. A nova categoria foi criada para agilizar o processo de expansão, servirá como etapa intermediária antes da adesão como membro pleno.

Além da Bolívia, outros 12 países também foram aceitos: Argélia, Bielorrússia, Cazaquistão, Cuba, Indonésia, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.

“O BRICS é uma prova tangível da possibilidade de criar uma nova ordem mundial, mais equilibrada e mais justa”, acrescentou Arce, que também destacou o fato de a ampliação do bloco priorizar o ingresso de países da América Latina, África e Ásia.

BRICS Info
Presidente boliviano Luis Arce discursou durante cerimônia de encerramento da Cúpula do BRICS
NDB e industrialização

Em outro momento do seu discurso, Arce falou sobre o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, por sua sigla em inglês), instituição comandada pela ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff.

“O NDB é fundamental para o financiamento de iniciativas que promovam o desenvolvimento equitativo e sustentável”, comentou o mandatário boliviano.

Arce lembrou que a Bolívia possui a maior reserva de lítio do mundo, além de significativas reservas de gás natural e minerais diversos, e que espera, com a adesão do país ao bloco, produzir um impulso ao projeto de industrialização do país.

“Estamos em um processo de industrialização que pode beneficiar não só a Bolívia, mas também os nossos parceiros do BRICS”, afirmou o presidente do país sul-americano.

Ao finalizar sua intervenção, ele disse que “É imperativo que o BRICS se posicione como um ator chave na construção de um mundo mais justo, onde as decisões não estejam monopolizadas por poucos”.