Horas depois de o governo turco expulsar o embaixador de Israel em Ancara e suspender acordos bilaterais de cooperação militar, o governo israelense afirmou que vai se esforçar para reparar as relações diplomáticas entre os dois países. “Israel reconhece a importância dos laços históricos no passado e presente entre os povos turco e judeu”, diz comunicado oficial divulgado nesta sexta-feira (02/09). “O Estado de Israel espera que seja encontrado um meio de resolver a disputa e vai continuar a agir com essa finalidade”, consta no texto, citado pela agência de notícias Reuters.
A crise se desenrolou hoje por conta do relatório feito pela ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o ataque da marinha israelense à Flotilha da Liberdade, em 2010, que deixou nove cidadãos turcos mortos. O documento concluiu que houve uso excessivo de força por parte do Exército israelense durante a ação, mas também diz que o bloqueio aos territórios palestinos ocorreu dentro das normas do direito internacional. A Turquia, por sua vez, defende a total liberdade de navegação no Mediterrâneo.
A ONU determinou que Israel deve emitir “uma declaração adequada de pesar” pelo ataque e estabelece o pagamento de uma indenização às famílias dos oito turcos e do norte-americano de origem turca que morreram no ataque. Os turcos estão insatisfeitos também porque o pedido de desculpas formais exigido no ano passado nunca foi atendido.
Israel, apesar de “reconhecer a importância” da ligação entre os dois povos, reafirmou sua posição quanto ao bloqueio marítimo e deixou claro que não vai se desculpar. “Israel assume que a Turquia vai respeitar a lei internacional no que se refere à navegação no Mediterrâneo”, diz o comunicado.
O documento da ONU foi elaborado pelo ex-presidente colombiano Álvaro Uribe e pelo ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia Geoffrey Palmer. Suas conclusões não foram divulgadas oficialmente, nem aprovadas pelo secretario-geral Ban Ki-Moon. O teor do relatório foi conhecido após um vazamento que aconteceu ontem.
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