Líderes de partidos integrantes da Nova Frente Popular, coalizão de esquerda que venceu as eleições legislativas realizadas em julho, emitiram um comunicado nesta terça-feira (27/08) que serviu de convocação para um ato a ser realizado no próximo dia 7 de setembro, com o objetivo de manifestar repúdio à decisão do presidente Emmanuel Macron de não aceitar a nomeação de Lucie Castets como primeira-ministra.
A iniciativa é encabeçada pelo partido França Insubmissa, sigla que com maior número de deputados eleitos entre os integrantes da Nova Frente Popular. Segundo seu líder, Jean-Luc Mélenchon, a legenda apresentará, nos próximos dias, uma moção pedindo a destituição do mandatário – instrumento que é similar a um pedido de impeachment.
Le Président de la République vient de créer une situation d’une exceptionnelle gravité. La réplique populaire et politique doit être rapide et ferme. La motion de destitution sera déposée. Le moment venu, la censure d’un gouvernement de droite viendra. Mais les organisations…
— Jean-Luc Mélenchon (@JLMelenchon) August 26, 2024
“O Presidente da República acaba de criar uma situação de excecional gravidade. A reação popular e política deve ser rápida e firme. Será apresentada uma moção de destituição. No momento oportuno, um governo de direita será censurado. Mas as organizações empenhadas na defesa da democracia devem lançar uma reação comum”, explicou Mélenchon, em mensagem publicada em suas redes sociais.
Vale recordar que a Nova Frente Popular venceu as eleições realizadas há quase dois meses, ao eleger a maior bancada da Assembleia Nacional, e segundo as leis do país teria o direito de indicar um nome de suas fileiras para o cargo de primeiro-ministro.
A figura escolhida foi a economista Lucie Castets, ligada ao Partido Socialista, porém, o presidente Macron anunciou nesta segunda-feira que se recusa a nomeá-la, alegando que sua medida decorre da necessidade de garantir a “estabilidade institucional” da França.
Após a negativa à nomeação de Castets, Macron iniciou uma nova rodada de reuniões com lideranças políticas, incluindo representantes de setores de direita e extrema direita.
O governo francês afirmou que o convite para essa nova rodada foi enviado também a lideranças da Nova Frente Popular, mas se provocou um impasse quando os líderes da coalizão afirmaram que insistiriam na indicação de Castets.