O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, apresentou nesta segunda-feira (08/07) sua demissão ao presidente francês, Emmanuel Macron, que pediu a ele que permanecesse temporariamente no cargo “para garantir a estabilidade do país”, de acordo com o palácio do Eliseu.
Gabriel Attal, reeleito deputado na 10ª zona eleitoral em Hauts de Seine, na região parisiense, anunciou na noite deste domingo (07/08), após o segundo turno das eleições legislativas antecipadas, que entregaria sua demissão. Ele declarou que ficaria à disposição do governo “se fosse necessário”.
As eleições legislativas francesas foram marcadas pela vitória inesperada da esquerda e a perda de influência da base do governo. De acordo com o palácio do Eliseu, Emmanuel Macron agradeceu Attal por ter liderado as campanhas para as eleições europeias e legislativas.
Contrário à dissolução da Assembleia Nacional, decidida por Macron em 9 de junho após a derrota da coligação do governo nas eleições europeias para a extrema direita, Attal desde então se distanciou do chefe de Estado. Ao ponto de reconhecer uma “ruptura” com Macron na noite de domingo.
Contexto delicado
“Não escolhi essa dissolução, mas me recuso a me submeter a ela”, disse Attal durante um discurso em Matignon, sede do gabinete do primeiro-ministro.
Um dia depois das eleições legislativas de 2022, a ex-premiê Elisabeth Borne – eleita deputada neste domingo – apresentou sua demissão a Emmanuel Macron. O chefe de Estado recusou, o que é permitido pela Constituição, para que o governo “pudesse continuar a trabalhar”.
A permanência de Gabriel Attal no cargo ocorre em um contexto delicado, pouco antes do início dos Jogos Olímpicos de Paris, em 26 de julho.
Ainda não se sabe quanto tempo ele se manterá como premiê. A coligação de esquerda Nova Frente Popular, que venceu as eleições, já deu início às negociações internas para escolher um representante que será indicado ao cargo.
Na noite de domingo, o Palácio do Eliseu disse que o chefe de Estado, que viaja na terça-feira (09/07) para Washington, onde está sendo realizada a cúpula da Otan, esperaria a “estruturação” da nova Assembleia “para tomar as decisões necessárias”.