Pelo menos 57 pessoas morreram em um ataque suicida cometido na noite deste domingo (02/11) no Paquistão e outras 112 ficaram feridas. O ato é o mais violento do ano e foi realizado quando a multidão xiita deixava o posto fronteiriço de Wagah, na divisa com a Índia, após participar de uma procissão. Em decorrência da ação, nesta segunda-feira (03/11), o governo paquistanês reforçou a segurança na região fronteira.
Agência Efe
Familiares participam de funeral de parentes mortos no atentado
De acordo com o jornal local Dawn, o ataque foi cometido em represália “ao apoio aos militares” manifestado por civis que frequentam as cerimônias diárias realizadas na fronteira, com música e pequenas paradas militares de soldados indianos e paquistaneses.
Segundo a versão oficial, um jovem de entre 18 e 22 anos detonou os explosivos que levava junto ao corpo no meio do público. “O homem-bomba não conseguiu atravessar a barreira de segurança e se explodiu do lado de fora, quando as pessoas estavam deixando a cerimônia”, afirmou o comandante da força paramilitar que cuida da segurança do local, Tahir Javed.
Cerca de 8 mil pessoas estavam no local no momento da explosão. Autoridades locais informaram que entre os mortos estão ao menos dois oficiais, dez mulheres e sete crianças. O ataque é o pior desde o início da ofensiva do Exército paquistanês contra as milícias parceiras da Al Qaeda.
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Três grupos reivindicaram a autoria do atentado: o Jundula, vinculado à Al Qaeda, e outros dois ligados ao talibã paquistanês: Ehsanula Ehsan e Jamaat-ul-Ahrar.
Apesar da ação, o governo de Islamabad afirmou que a fronteira com a Índia seguirá aberta, mas as cerimônias nacionalistas serão interrompidas por três dias.
Nos últimos anos, grupos armados islâmicos sunitas atacaram procissões xiitas, que constituem cerca de 20% da população do Paquistão.
Após o atentado, a polícia está “em estado de alerta” em todo o país e reforçou as tropas para proteger as procissões da Ashura, quando é lembrada a morte do imã Hussein no ano 680 em Kerbala, no Iraque. A celebração anual é um dos eventos mais importantes no calendário da minoria muçulmana xiita.