O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, se reunirá ainda nesta terça-feira (08/11) com o presidente do país, Giorgio Napolitano, para analisar a situação política local. O Executivo perdeu a maioria absoluta na Câmara na votação para aprovação de contas do Orçamento de 2010. Ela pode ser considerada o atual reflexo do apoio ao líder. Sem a maioria, a estabilidade do governo fica comprometida e o premiê poderá renunciar.
De acordo com fontes da agência Efe, no entanto, o premiê ainda não pedirá demissão.
Segundo fontes do governo, Berlusconi não pretende apresentar sua renúncia, hipótese mencionada para tirar a Itália da atual crise política e causada pela crise financeira que atinge o país.
As fontes indicam também a possibilidade de convocar eleições antecipadas, após o baque sofrido nesta terça-feira na Câmara dos Deputados, onde o Orçamento estatal de 2010 foi ratificado apenas por uma maioria simples de 308 votos devido ao boicote em massa da oposição.
A reunião com Napolitano já tinha sido antecipada pelo ministro da Defesa italiano, Ignazio La Russa, ao sair do plenário: “Certamente o presidente Berlusconi deve falar com o presidente da República”.
Perguntado sobre uma possível renúncia do governante, La Russa respondeu: “Por enquanto, o governo Berlusconi permanece”.
O ministro do Trabalho italiano, Maurizio Sacconi, defendeu nesta terça-feira que Berlusconi se apresente ao Parlamento e peça uma moção de confiança.
Mais categórico foi Pier Luigi Bersani, líder do opositor PD (Partido Democrata, centro-esquerda), principal legenda da oposição, que pediu a renúncia do premiê, já que o governo italiano nem sequer conseguiu o apoio da maioria na votação do Orçamento de 2010.
“Apresente sua renúncia, aqui faremos o que nos cabe ao país. Se você não o fizer, a oposição consideraria outras iniciativas, pois assim não podemos continuar”, comentou Bersani, dirigindo-se diretamente a Berlusconi e sinalizando a apresentação de uma possível moção de censura por parte do Parlamento.
Durante a votação, Berlusconi foi flagrado escrevendo anotações onde podia-se ler termos como: “tome nota (apresente demissão)”, “reviravolta política”, “308 (8 traidores)” – referência aos oito votos que faltaram para obter a maioria.
NULL
NULL
NULL