Segunda-feira, 16 de junho de 2025
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Após pressão de diversos países, inclusive do Brasil, o poder Executivo da União Europeia propôs nesta quarta-feira (02/10) o adiamento da entrada em vigor de sua nova Lei Antidesmatamento, prevista para o fim de 2024, em pelo menos um ano.

Se a proposta da Comissão Europeia for acatada pelos Estados-membros e pelo Parlamento da UE, a medida começará a valer para grandes empresas em 30 de dezembro de 2025 e para pequenas e médias em 30 de junho de 2026.

“Dados a natureza inovadora da lei, o calendário curto e a variedade de partes internacionais envolvidas, a Comissão acredita que um período adicional de 12 meses para a introdução gradual do sistema seja uma solução equilibrada”, diz uma nota de Bruxelas.

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“A três meses da entrada em vigor prevista, diversos parceiros globais expressaram reiteradamente suas preocupações sobre seu estado de preparação”, acrescenta o comunicado.

A lei em questão proibirá a importação na União Europeia de produtos como café, cacau, borracha, carne bovina, madeira, óleo de palma e soja provenientes de áreas de desmatamento ilegal.

Amazônia Real/Wikicommons
Medida entraria em vigor no fim de 2024, mas é alvo de críticas

De acordo com o regulamento, as empresas importadoras terão de verificar se os itens estão em linha com a legislação do país de origem e se os direitos de povos indígenas foram respeitados.

As multas em caso de descumprimento das normas poderão chegar a 4% do faturamento anual da companhia na UE.

No entanto, diversos países-membros, como Alemanha e Itália, cobravam um adiamento para dar tempo às empresas importadoras de se adequar à normativa. “Tínhamos sublinhado que a aplicação do regulamento era impraticável sem criar um mercado ilegal paralelo e sem prejudicar todo o sistema produtivo ligado a importações no mundo agrícola”, disse o ministro italiano da Agricultura, Francesco Lollobrigida.

Além disso, o Brasil chegou a enviar uma carta à UE pedindo que a implementação da lei fosse suspensa e qualificando o projeto como “punitivo” por “ignorar legislações nacionais sobre combate ao desmatamento”. Segundo estimativas, a iniciativa poderia impactar as exportações brasileiras para o bloco em até US$ 15 bilhões.