O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse na noite deste domingo (12/09), após resultados das eleições primárias na Argentina que deram vantagem para a direita, que o país está diante de “dois modelos”, sendo preciso “construir” um com “justiça social”.
Para ele, os modelos colocados se dividem em um que “inclui a todos e o outro adia milhões”. “Há uma Argentina para construir com justiça social, produção, educação e saúde pública”, afirmou.
Com o resultados das primárias, Fernández declarou que ele e sua equipe vão trabalhar com “empenho” para satisfazer as necessidades que não tem “satisfeito” a população.
“A partir de amanhã vamos trabalhar, com o empenho e a força de sempre, para satisfazer as necessidades que não temos satisfeito”, disse o mandatário, afirmando ainda que “nada é mais importante do que ouvir as pessoas”. “Hoje eles nos disseram que cometemos erros, e vamos atender a essa demanda”, disse.
A oposição saiu à frente nas primárias para as eleições legislativas de novembro. A votação foi organizada para escolher os candidatos das diferentes alianças políticas para o pleito de 14 de novembro, quando serão renovados quase metade da Câmara dos Deputados (127 de 257 assentos) e um terço do Senado (24 de 72).
Com 98% das urnas apuradas, a coalizão governista Frente de Todos tem 30,2% da preferência em nível nacional, enquanto a aliança oposicionista Juntos pela Mudança chega a 40,5%..
Alberto Fernandez/Twitter
‘Hoje a população nos disse que cometemos erros, e vamos atender a essa demanda’, disse o presidente sobre os resultados eleitorais
A oposição venceu também na província de Buenos Aires, tradicional local da centro-esquerda, com placar de 37,99% contra 33,64% da situação. Já a cidade de Buenos Aires confirmou a ascensão da coligação Liberdade Avança, do economista de extrema direita Javier Milei, que obteve mais de 13% dos votos
A oposição prevaleceu na província meridional de Santa Cruz, berço do kirchnerismo. Das 23 províncias da Argentina mais a cidade autônoma de Buenos Aires, 15 tiveram vitória da aliança Juntos pela Mudança; sete, da coligação Frente de Todos; e duas, de forças políticas locais.
Ao comentar os resultados, Fernández destacou o rápido avanço na campanha de vacinação no país, que alcançou 12 milhões de pessoas antes da eleições primárias, mas não deixou de fazer uma autocrítica diante do resultado das urnas. “Algo não fizemos bem para que não nos acompanhem como esperávamos. Evidentemente, cometemos erros. Há uma demanda nos votantes que não pudemos resolver.”
O mandatário governa a Argentina desde dezembro de 2019 e tem ainda pela frente mais de dois anos de mandato, porém arrisca perder governabilidade se a oposição vencer as eleições legislativas de 14 de novembro.
“Nesta noite ouvimos um ‘basta’ estrondoso nas urnas contra o atropelo e o abuso”, disse a ex-governadora de Buenos Aires María Eugenia Vidal, da aliança de oposição Juntos pela Mudança.
Com Ansa, Brasil de Fato e Telesur.