O rei Abdullah II, da Jordânia, destituiu seu governo nesta terça-feira (01/02) após uma série de manifestações por mudanças políticas, econômicas e sociais no país. Com a apresentação formal da renúncia do premiê jordaniano, Samir Rifai, e o restante de seu Executivo, o rei Abdullah II nomeou como novo chefe do governo o antigo primeiro-ministro Maaruf Bakhit, informou a Casa Real jordaniana em comunicado.
As mudanças foram anunciadas depois de uma série de protestos em diversas cidades e uma onda de manifestações no mundo árabe, inciadas desde que os tunisianos foram às ruas e, há duas semanas, derrubaram o ditador Zine al-Abidine Ben Ali, que estava no poder há 23 anos.
Na Jordânia, os manifestantes exigiram a renúncia de Rifai, a quem culpam pelo crescimento nos preços dos combustíveis e alimentos e pela desaceleração das reformas políticas. Além disso, os jordanianos reivindicaram o direito de eleger pelo voto direto o premiê e a adoção de medidas contra a pobreza e o desemprego.
De acordo com o comunicado divulgado pelo escritório do rei Abdullah II, Bakhit, que ocupou o cargo de primeiro-ministro entre 2005 e 2007, dará “passos práticos, rápidos e tangíveis para lançar verdadeiras reformas políticas, melhorar o impulso democrático e assegurar seguras e decentes condições de vida para todos os jordanianos”, assim como os manifestantes exigem.
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Segundo o texto, as reformas são “uma necessidade para proporcionar uma vida melhor” à população do país e possibilitarão o “aumento na participação popular na tomada de decisões”. Bakhit é ex-militar e foi embaixador em Israel em 2002 e na Turquia em 2005.
O grupo de oposição Frente de Ação Islâmica criticou a indicação de Marouf Bakhit, dizendo que a escolha indica que as reformas ainda não irão começar, e pediu que os protestos continuem. Entretanto, o grupo salientou que não pretende pedir que o Rei Abdullah II seja afastado do poder.
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