Atualizada às 18h07
Enquanto deputados se encontram na tarde desta sexta-feira (10/07) no Parlamento da Grécia para discutir sobre as novas propostas oferecidas pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, ao Eurogrupo no dia anterior, uma manifestação tomou as ruas de Atenas em crítica às concessões dadas pelo chefe de Governo.
Na quinta-feira (09/07), Tsipras enviou uma nova oferta aos credores da troika (Banco Europeu, FMI e Comissão Europeia), que inclui demandas que vinham sendo negadas pelo seu partido — o de esquerda Syriza — como corte de pensões, aumento dos impostos sobre vendas e privatizações.
EFE
Vários membros do sindicato comunista grego Pame protestaram diante da sede do Parlamento grego nesta tarde
Organizado pelo Partido Comunista (KKE), o protesto reuniu centenas de gregos que expressam descontentamento na praça Syntagma , diante da sede do Legislativo, após o “não” a um acordo de austeridade nos moldes europeus ter vencido o referendo do último fim de semana.
“Eles [o governo Syriza] pegaram o ‘não’ e fizeram dele um ‘sim’”, criticou o manifestante Giorgios Tsolakas ao Guardian.
Para muitos, o novo pacote de reformas é muito semelhante aos termos que a legenda governista rejeitou em junho. Em troca, o premiê grego pediu 53,5 bilhões de euros para solucionar a crise de liquidez nos próximos três anos, bem como sugeriu a reavaliação da dívida de longo prazo da nação.
Communist rally outside #Greece parliament, from BBC position. 1st time I saw this from here was June 2011 #dejavu pic.twitter.com/2D44FsIHPx
— Matina Stevis (@MatinaStevis) 10 julho 2015
Até as 6h deste sábado (0h de Brasília), deverá acontecer uma votação entre os parlamentares a respeito da aprovação ou não do ajuste fiscal proposto pelo premiê na quinta-feira.
Apesar das críticas da população, 84% dos gregos querem que a nação permaneça na zona do euro, enquanto somente 12% prefeririam retornar à moeda antiga, o dracma, segundo pesquisa divulgada pelo jornal local Kathimerini.
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Líderes europeus falam em “confiança”
Um dos principais apoiadores da Grécia dentro da zona do euro, o presidente da França, François Hollande, expressou confiança nesta sexta-feira (10/07) sobre a possibilidade de o Eurogrupo chegar a um acordo. Para o mandatário, o novo programa apresentado por Tsipras, é “sério e crível”.
“Agora todos devem se lançar nas negociações, mas com vontade de concluí-las. É preciso ter disciplina, mas também estender a mão para um país em dificuldades”, comentou o chefe de Estado francês, que acrescentou que, com a atual oferta, Atenas “demostrou que quer permanecer na moeda única”.
“Estou mais otimista do que no passado”, declarou o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, nesta sexta. “Esperamos não voltar a nos ver outra vez no domingo. Isso quer dizer que o acordo sobre a Grécia pode ser firmado ainda no sábado pelos ministros”, acrescentou.
EFE
Para manifestantes, povo pediu 'não' ('oxi', em grego), mas Tsipras age pelo 'sim' após referendo
Na Alemanha, a coalizão da chanceler, Angela Merkel, ficou dividida em relação ao novo programa. Ao passo que o seu partido — o CDU (União Democrata Cristã) — recebeu as propostas com desconfiança, o SPD (Partido Social-Democrata da Alemanha) acredita que se trata de um “passo à frente” para um acordo.
Já o governo norte-americano comemorou o novo plano. “Nós estamos contentes em ver que a Grécia tomou um passo em direção a uma proposta mais específica, mas são os seus credores que devem avaliá-la”, declarou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.
No sábado (11/07), ministros de Finanças dos 19 países da zona do euro vão se encontrar para se decidir se estão de acordo com a criação de um terceiro programa de resgate à Grécia. Por enquanto, os principais representantes do Eurogrupo ainda não se manifestaram sobre a nova oferta grega.