Sábado, 17 de maio de 2025
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Nesta quinta-feira (17/04), o presidente da China, Xi Jinping, encerrou a sua turnê pelo Sudoeste asiático desembarcando em Phnom Penh, capital do Camboja, onde foi recebido pelo rei cambojano Norodom Sihamoni, pelo primeiro-ministro Hun Manet e pelo presidente do Senado, Samdech Techo Hun Sen.

Mais de 20.000 pessoas, juntamente com representantes de chineses no exterior, empresas financiadas pela China e estudantes chineses, alinharam-se nas ruas para dar as boas-vindas a Xi, informa o Xinhua.

A viagem ao Camboja é parte da turnê do presidente chinês pelo Sudoeste asiático, onde visitou o Vietnã e a Malásia, para fortalecer os laços comerciais e discutir saídas frente à guerra comercial de Donald Trump.

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Forte aliado da China, bilhões de dólares já foram investidos pelos chineses no país, em particular em estradas e portos. Como explica Katrina Yu, da Al Jazeera, “Xi recebeu o apoio mais caloroso no Camboja em sua turnê porque os dois são ´amigos férreos´, com profundos laços militares, além dos investimentos em infraestrutura”.

“O governo Trump está claramente tentando isolar Pequim, e a resposta de Pequim está aqui para estender seus braços aos seus vizinhos asiáticos”, acrescentou Yu.

Xi Jinping encerra sua turnê no Sudeste asiático no Camboja, após passar por Malásia e Vietnã
Wilson Dias ABR

Tarifas de 49%

O Camboja recebeu, na primeira leva de tarifas anunciadas por Trump, em 4 de abril, uma tarifa de 49%, uma das mais altas do mundo, antes do republicano voltar atrás no tarifaço. Segundo Yu, o país “é um grande exportador de roupas e calçados para os EUA, com metade dessas empresas pertencentes a empresários chineses”.

Frente à guerra comercial, complementou, “[O Camboja] tentará negociar essa [tarifa] para baixo, e Xi Jinping quer lembrá-los de que, aqui somos amigos e não queremos que você faça nenhum acordo às custas de Pequim”.

Segundo dados do Fundo Monetário Internacional, mais de um terço da dívida externa do Camboja, um total de US$ 11 bilhões, é devido à China, o seu maior parceiro comercial e fonte de investimentos.

Em comunicado publicado na imprensa cambojana, o presidente chinês destacou os avanços econômicos do país e pediu a Phnom Penh que se oponha ao “hegemonismo” e ao “protecionismo”.

Relações sólidas

“A China e o Camboja apoiaram-se mutuamente na manutenção da estabilidade e na promoção do desenvolvimento e da prosperidade, e trabalharam juntos na defesa da equidade e da justiça internacionais, dando um exemplo para um novo tipo de relações internacionais e contribuindo para a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade”, afirmou.

Xi também afirmou que as relações China-Camboja resistiram sólidas ao teste das transformações globais e que a China considera o Camboja uma prioridade em sua diplomacia de vizinhança, além de apoia firmemente o Camboja a manter sua independência estratégica e a seguir um caminho de desenvolvimento adequado às suas condições nacionais.

O presidente chinês também expressou esperança de que ambos os lados enriqueçam a estrutura de cooperação China-Camboja Diamond Hexagon e que “aumentem a confiança mútua política, expandam a cooperação mutuamente benéfica de alta qualidade, fortaleçam a segurança, aprimorem os intercâmbios entre pessoas e fortaleçam a coordenação estratégica com padrões mais elevados, de modo a beneficiar ainda mais seu povo e trazer mais energia positiva para a paz e estabilidade regional e internacional”.

Com Al Jazeera e Xinhua.