O presidente da Bolívia, Luis Arce, declarou que não haverá uma guerra civil no país, em um contexto de tensão com o ex-presidente Evo Morales, que convocou uma marcha que deve chegar à capital do país nesta segunda-feira (23/09) e cuja principal demanda é um pedido de renúncia do atual mandatário.
“Não cairei nas provocações de uma guerra civil, porque é exatamente o que querem os inimigos internos e externos do nosso Estado”, declarou Arce durante uma transmissão televisiva.
Assim, o governante boliviano garantiu que seu “empenho é com a paz” e por isso deve usar as vias do “diálogo e respeito rigoroso às leis vigentes”.
Ao lado do vice-presidente David Choquehuanca, o mandatário também criticou os episódios de violência ocorridos na “Marcha para Salvar a Bolívia” no município de El Alto, com a utilização de fogos de artifício, pedras e explosivos, no último domingo (22/09).
Arce acusou Morales de enviar seguidores para agredir membros do Pacto de Unidade Arcista que realizavam uma reunião na prefeitura de Ventilla, além da equipe médica que viajava para cuidar dos feridos nos conflitos. No entanto, os manifestantes culpam o governo Arce pelos confrontos da noite de domingo.
Luis Arce x Evo Morales
A caminhada de apoio ao ex-presidente Morales, que governou a Bolívia entre 2006 e 2019, teve início no último dia 17 de setembro, em Oruro e se aproxima de La Paz, após ter saído de madrugada de Apacheta para entrar no cruzamento Ventilla, em El Alto e depois seguir para a capital boliviana.
O objetivo do protesto, que fechou rodovias por onde passou, é garantir que Morales seja candidato nas eleições de 2025, ao mesmo tempo em que pede a renúncia de Arce. Também exige que o governo de Arce resolva uma crise econômica que ameaça o valor da moeda local e o preço dos combustíveis.
No último domingo (22/09), o ex-presidente indicou que esta é “a maior marcha da história” e destacou que espera a chegada de um milhão de pessoas a La Paz nesta segunda.
“O governo tem diversos planos contra mim, inclusive para me assassinar”, acusou Morales. Os dois líderes de esquerda são protagonistas, há mais de um ano, de um embate pelo controle do partido Movimento ao Socialismo (MAS), em vista das eleições presidenciais do ano que vem, após o congresso da sigla em outubro passado confirmar a candidatura de Morales em vez de Arce.
(*) Com Ansa e TeleSUR