O governo da Argentina anunciou nesta terça-feira (21/03) que resolveu aumentar os controles sobre as carnes importadas do Brasil por causa da Operação Carne Fraca deflagrada pela Polícia Federal, que revelou que algumas empresas estavam vendendo produtos vencidos ou não apropriados para o consumo.
Além disso, o Uruguai decidiu barrar a entrada de produtos de três frigoríficos que exportam para o país.
Os países vizinhos seguem as decisões de outros – como Chile, China, Hong Kong e União Europeia – que ou aumentaram os controles, ou barraram completamente a importação de carne brasileira. A Coreia do Sul havia bloqueado, na segunda-feira, a entrada de frango do Brasil, mas desistiu da medida na terça.
Argentina
O Ministério de Agroindústria da Argentina disse em comunicado que está “seguindo atentamente” o andamento das investigações abertas no Brasil e que considerou “prudente” a decisão do governo brasileiro de suspender as exportações dos 21 frigoríficos citados pela Operação Carne Fraca.
Fotos: Agência Efe
Argentina e Uruguai se juntam à UE e a dois países na restrição às carnes brasileiras
Dos frigoríficos envolvidos no escândalo, apenas um exportava para a Argentina. Segundo a nota, as fiscalizações realizadas até o momento apresentaram “resultados satisfatórios”.
O governo de Mauricio Macri afirmou que mantém “contato permanente” com as autoridades e com o serviço sanitário do Brasil para “proteger a saúde e o bem-estar dos argentinos à espera que as instituições brasileiras resolvam em tempo a situação”.
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“Garantir a inocuidade dos alimentos consumidos por todos os argentinos e nossos compradores mundiais, zelar pela transparência na cadeia comercial, e terminar com as concorrências desleais são os eixos centrais da política sanitária desde 2015”, disse o governo Macri em nota.
Uruguai
O ministro da Agricultura, Pecuária e Pesca do Uruguai, Tabaré Aguerre, disse que, das 21 empresas que estariam envolvidas nas adulterações, apenas três vendiam produtos para o país – mas não citou quais seriam.
Aguerre afirmou também que, logo que as autoridades uruguaias analisaram tudo o que foi importado, foi comprovado que “nenhuma das importações realizadas durante os últimos dois anos veio de algum dos estabelecimentos industriais de produção que estavam na lista dos 21 estabelecimentos suspensos”. “O que faz a autoridade sanitária uruguaia é inspecionar 100% das importações e controlar que a qualidade do produto importado esteja de acordo com os padrões”, declarou.
Perguntado sobre se o escândalo pode pôr em risco as negociações de um tratado de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, Aguerre respondeu que “não deveria, porque se uma fábrica tem um problema, suspende-se a fábrica”, mas apontou que é “provável” que seja um “argumento que seja utilizado” nas negociações.
Tabaré Aguerre: nenhuma carne importada pelo Uruguai veio de frigoríficos suspeitos
(*) Com Efe