O governo de Cristina Kirchner lançará nos próximos dias uma convocatória aos laboratórios nacionais, por meio do Ministério de Ciência e Tecnologia, para que desenvolvam uma vacina contra o vírus A (H1N1), que até agora matou 157 pacientes no país, conforme informou a imprensa argentina. A notícia veio logo após o anúncio de “alerta sanitário” em todo o território nacional pela detecção de gripe suína em porcos. A resolução, publicada ontem (17) no Diário Oficial, estabelece o fortalecimento das medidas de controle, diagnóstico, prevenção e vigilância das criações de porcos.
“Estamos em uma etapa final de análise para confirmar a capacidade que o país tem de produzir a vacina. Queremos ver se é factível e cremos que podemos fazê-lo já que há investigadores e empresas farmacêuticas que poderiam se encarregar”, disse o ministro da pasta de Ciência e Tecnologia, Lino Barañao, ao diário Critica.
“Em 10 ou 15 dias estaríamos realizando uma primeira chamada a licitação para que diferentes laboratórios argentinos” apresentem projetos de elaboração da vacina, que deveria ser desenvolvida e fabricada em um ano.
“Estamos elaborando também um estudo da situação e se o desenvolvimento da droga poderia ser levado a cabo através de uma associação público-privada”, disse Barañao e acrescentou : “Uma vez que tenhamos definido a metodologia poderíamos chegar a um acordo com o Brasil para produzir de maneira conjunta”.
O desenvolvimento da vacina será totalmente financiado pelo governo federal através do ministério de Ciência e tecnologia. Barañao ratificou que sua pasta já teria comprado equipamentos de 1,2 milhões de dólares para que o Hospital Infantil Ricardo Gutiérrez, o Instituto Malbrán e o INTA de Castelar já possam trabalhar no sequenciamento do genoma do vírus.
Segundo as autoridades argentinas, há 3,056 mil casos confirmados por amostra de laboratório, mas o número real de infectados pode chegar a 100 mil.
Brasil
A produção de vacina no Brasil está descartada esse ano. O Instituto Butantã, de São Paulo, ainda não recebeu a fórmula da vacina contra a gripe suína da OMS (Organização Mundial de Saúde), prevista para ser enviada no início do mês, o que torna inviável a produção do imunizante contra o vírus H1N1 em 2009, de acordo com a assessoria da instituição brasileira.
O Butantã é o único laboratório na América Latina onde são fabricadas vacinas contra a gripe comum, e também será o local de onde sairá a contra a gripe suína. É a OMS que determina quais as variedades de vacinas contra gripe serão produzidas no mundo todos os anos.
No caso da influenza A, depois de monitorar os subtipos do vírus que circulam no planeta, a organização envia uma espécie de “receita” da vacina para cada país. No caso do Brasil, essa fórmula já deveria ter chegado.
Informações do instituto e da OMS dão conta de que são necessários ao menos seis meses para que a vacina seja liberada para a população, após o recebimento da receita. Antes, é necessário averiguar se a vacina confere imunidade e se não há efeito tóxico dos componentes.
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