Pelo menos 15 pessoas foram mortas e 12 mulheres foram sequestradas nesta madrugada (17/06) durante um suposto ataque da milícia radical islâmica Al Shabab, na região costeira do Quênia. O atentado aconteceu na cidade de Poromoko, no nordeste do país. A região é conhecida pelo comércio, e é uma das mais importantes regiões turísticas quenianas. No domingo, outro ataque do Al Shabab matou pelo menos 48 pessoas.
Na noite de ontem para hoje, um grupo de dezenas de homens invadiu Poromoko ateando fogo nas casas e disparando contra os moradores. Hoje, o grupo Al Shabab divulgou uma mensagem, transmitida pela Rádio Andalus, que pertence à milícia, confirmando a autoria dos ataques e garantindo ter matado “vinte pessoas, incluindo policiais quenianos”.
Agência Efe
Hotel queimado na madrugada de domingo para segunda, na cidade costeira de Mpeketoni
Na mensagem, o grupo afirmou que o ataque foi uma vingança pela presença de tropas quenianas na Somália e a matança de muçulmanos. “Os quenianos não poderão dormir em paz enquanto suas tropas seguirem na Somália”, disseram.
O grupo também denunciou possíveis execuções extrajudiciais de estudiosos muçulmanos dentro do Quênia. A informação foi negada por Nairóbi. O Quênia mantém tropas na Somália desde 2011 para ajudar o governo, em apoio da ONU, a derrotar os radicais.
Agência Efe
Homem caminhando em cima de uma poça de sangue dentro de um edifício atacado no domingo, na cidade de Mpeketoni
Desde que instalaram as tropas na Somália, o país vem sofrendo atentados das milícias radicais, como o ataque contra o shopping Westgate no ano passado, que deixou 67 mortos. O Al Shabab anunciou em 2012 que havia aderido formalmente à rede internacional Al Qaeda.
O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, disse, durante um discurso transmitido hoje para todo país, que os ataques “não foram do Al Shabab” e afirmou que “as evidências indicam que redes políticas locais estavam envolvidas no planejamento e execução desse crime hediondo”.
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Uhuru reforçou a segurança nos locais atacados e garantiu que irá suspender membros das forças de segurança. Segundo o presidente, alguns membros foram negligentes e ignoraram informações da inteligência do país que advertiram sobre os ataques.
A Cruz Vermelha no Quênia informou que aproximadamente 50 pessoas ainda estão desaparecidas desde domingo. Os Estados Unidos e o Reino Unido emitiram avisos aos cidadãos de seus países que vivem no Quênia para ficarem longe da região costeira. Na semana passada, o Reino Unido fechou um consulado na cidade portuária de Mombasa.