O aumento do consumo do etanol nos Estados Unidos aumentará o preço dos alimentos e, como consequência, o custo dos programas sociais que o presidente Barack Obama pretende implementar este ano, afirma um relatório oficial do Congresso. Segundo revelou o Gabinete de Orçamento do Congresso, as despesas com alimentação e programas de nutrição infantil custarão outros 900 milhões de dólares, além dos 5 bilhões já aprovados.
O aumento dos custos se deve ao crescimento do cultivo do milho exclusivamente para a fabricação do etanol, de acordo com o informe. O milho é a matéria-prima do etanol norte-americano.
No último ano, a porcentagem de etanol misturado com gasolina vendido nos Estados Unidos subiu entre 10% a 15%. O consumo foi totalizado em 9 bilhões de litros. Ou seja, um quarto do milho semeado hoje nos Estados Unidos é usado para a fabricação do etanol.
Além do preço do milho, o gabinete também responsabilizou pelo aumento do preço dos alimentos os custos atuais da eletricidade e os combustíveis.
“Por mais impressionantes que estes número sejam, eles não dão nem uma ideia da verdade por trás deles e o impacto nas famílias norte-americanas, nem nos custos da alimentação dos animais, e na agricultura onde o desemprego é cada vez maior”, apontaram num comunicado sexta-feira (10) três instituições: a Associação de Comerciantes a Retalho, a Federação Nacional do Peru e o Conselho Nacional de Restaurantes.
Nem todos estão de acordo. Para o presidente de Growth Energy, Tom Buis, que apoia a produção do etanol, “o relatório confirma que o impacto da produção do etanol no preço dos alimentos é mínimo e que são os custos energéticos, em geral, os responsáveis pelo aumento dos valores”.
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Etanol brasileiro
Segundo o secretário da Agricultura, Tom Vilsack, a administração Obama poderia aumentar ainda mais a porcentagem de etanol na gasolina vendida nos Estados Unidos para compensar a subida dos preços internacionais do combustível.
Mas para isso teria de importar do exterior o etanol. Uma informação da Associated Press divulgada no mês passado indicou que os Estados Unidos poderia importar 6% de suas necessidades de etanol do Brasil.
As autoridades brasileiras não confirmaram diálogos com autoridades norte-americanas e a Agência de Proteção do Meio Ambiente dos Estados Unidos, que é quem aprova esse tipo de importação, afirmou que qualquer declaração sairia do departamento de Agricultura, que por sua vez não respondeu ao Opera Mundi.
Veja o relatório aqui
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