A presidente das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto, denunciou neste sábado (04/01) o que considera ser uma iniciativa do governo de extrema direita do presidente Javier Milei de “querer fechar a ex-ESMA”, como é conhecido o Centro de Memória Haroldo Conti, antigo centro de torturas usado pela ditadura argentina que foi transformado em museu após o fim do regime.
A declaração da líder social argentina acontece após a Casa Rosada anunciar a demissão de centenas de trabalhadores do Centro de Memória, e também a redução pela metade dos salários dos empregados que mantiveram seus cargos.
“O que está acontecendo é terrível. As organizações de direitos humanos estão trabalhando para denunciar isso. O que o governo que é fechar a ex-ESMA”, comentou Carlotto.
A líder das Avós da Praça de Maio também questionou a política de Milei em matéria de direitos humanos. “Dizem que é para limpar, dizem que é para organizar, mas para mim é destruir os espaços que falam da verdadeira história argentina, e que eles não querem que existam”.

Avós da Praça de Maio e Associação dos Trabalhadores do Estado da Argentina organizaram protesto contra fechamento de um Centro de Memória por decisão do governo de Javier Milei
A Associação dos Trabalhadores do Estado da Argentina (ATE) publicou um manifesto nas redes sociais dizendo que o governo promove “demissões em massa, crueldade, extorsão, perseguição e violência na Secretaria de Direitos Humanos”.
A ATE realizou um protesto em Buenos Aires contra o fechamento do Centro de Memória, que reuniu dezenas de milhares de pessoas em frente ao museu, na noite deste sábado.
Desde o início do seu governo, Milei fez fortes ajustes em diversos setores do aparato público, sendo o setor de museus um dos mais afetados.
Na última terça-feira (31/12), em uma entrevista para meios locais, o secretário de Direitos Humanos da Argentina, Alberto Baños, admitiu que o Centro de Memória passaria por uma reestruturação, e que talvez devesse ser fechado temporariamente.
Com informações de Página/12.