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A líder da organização Avós da Praça de Maio, Estella Carlotto (à direita na foto), afirmou nesta sexta-feira (17/05), ao comentar a morte do ex-ditador Rafael Videla, aos 87 anos, estar “mais tranquila já que um ser desprezível deixou este mundo”.
Em declarações à rádio Continental, ela lembrou que o ex-comandante da ditadura nunca se arrependeu dos crimes que cometeu durante o período do regime militar argentino (1976-1983).
“A história seguramente vai classificar como genocídio o que o povo argentino sofreu, a infâmia de uma ditadura civil-militar como a que ele comandou, e da qual ele nunca se arrependeu, inclusive dando declarações tardias para reivindicar seus delitos”, disse a ativista.
Ela questionou por que Videla “não se arrepende, não pede perdão, não repara o dano”, e principalmente por que “insiste em eliminar os que pensam diferente e invoca a proteção de Deus”.
Estella disse também o classificou de “um homem mau, personagem que foi julgado e condenado”, mas que “a Igreja, que acompanhou um pouco sua gestão, estará realizando seus crimes em outro lugar”.
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Segundo a imprensa argentina, Videla, morreu de causas naturais por volta das 6h30 em sua cela na prisão Marcos Páz, em Buenos Aires, foi o cérebro da ditadura que governou o país, um período em que desapareceram cerca de 30 mil pessoas, segundo organizações de direitos humanos. A imprensa argentina afirma que ele morreu de causas naturais, às 8h25.
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Ele foi o primeiro presidente da ditadura militar da Argentina; foi condenado em dezembro de 2010 à prisão perpétua, pelo Tribunal Oral Federal de Córdoba, sob a acusação de crimes contra a humanidade.