O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a responsável da agência ONU Mulheres, Michelle Bachelet, pediram nesta terça-feira (23/11) uma ação conjunta dos países para eliminar a violência contra as mulheres e uma maior participação do setor privado no combate ao problema.
“É mais que uma comemoração. Agora fazemos um chamado à ação para eliminar a violência contra as mulheres”, disse Ban durante o evento nesta terça-feira que celebrou o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, que é comemorado em 25 de novembro.
Bachelet ressaltou que “embora tenham sido registrados progressos significativos na luta contra a violência de gênero, sobretudo em legislações nacionais, ainda resta muito por fazer”, e ressaltou a importância da campanha “Unidos para acabar a violência contra as mulheres”.
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Ban reconheceu igualmente que “houve progressos reais” no combater ao problema e que “no mundo todo há mobilizações para interromper os abusos contra as mulheres e as meninas”, ao tempo em que ressaltou que este já não é um problema unicamente das organizações de mulheres.
A ONU, com sede em Nova York, vai comemorar na próxima quinta-feira esse dia internacional, em coincidência com a festividade do dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.
Ban pediu aos Governos e às ONGs que apresentem ao organismo “projetos inovadores que ajudem a colocar fim à violência contra as mulheres”.
O principal responsável do organismo multilateral fez da erradicação da violência machista uma de suas prioridades, pois segundo dados da ONU 70% das mulheres foi vítima de agressões físicas ou sexuais em algum momento de suas vidas.
Legislação
Na atualidade há 90 países com alguma disposição legislativa sobre a violência de gênero e mais de 60 com leis concretas ao respeito, e a violação dentro do casamento é delito em 104 países.
A ONU considera que a violência contra as mulheres e as meninas “é uma pandemia global” e um “problema universal”, já que há vítimas em todas as regiões e países do mundo.
As mulheres vítimas da violência de gênero sofrem problemas relacionados à saúde e isso afeta sua capacidade de participar da vida pública, como assinala a ONU Mulheres.
Um estudo recente elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que entre 15% e 71% das mulheres denunciaram violência física ou sexual por parte de seus maridos e companheiros em dez países analisados.
Segundo dados de ONU Mulheres, a violência causa entra as mulheres de 15 e 44 anos, mais mortes e incapacidade do que o câncer, a malária, os acidentes de trânsito e guerra combinados. Em 2006, as mulheres e as meninas apresentaram 79% das vítimas de tráfico de seres humanos.
Outros dados divulgados assinalam que mais de 60 milhões de meninas no mundo são forçadas a casar antes de completar os 18 anos.
Estima-se que entre 100 e 140 milhões de meninas e mulheres no mundo vivem atualmente com as consequências da mutilação ou cisão genital feminina.
Bachelet lembrou que há 3 milhões de meninas sob risco dessa prática todos os anos.
Segundo a organização, “a impunidade para os culpados, os serviços inadequados para as vítimas e sobreviventes, as atitudes e os comportamentos que perpetuam os estereótipos negativos e a violência contra as mulheres, e uma escassez generalizada de recursos para implementar as medidas existentes seguem sendo as barreiras para prevenir e acabar com a violência contra as mulheres”.
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