Um espaço cultural de refugiados palestinos, que funciona como bar e restaurante, foi alvo de bombas lançadas pela Polícia Militar de São Paulo na quarta-feira (31/08) durante a manifestação contra o governo de Michel Temer.
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Um vídeo da Rede TVT divulgado na internet mostra frequentadores do Al Janiah saindo do estabelecimento, alguns com lenços no rosto, na tentativa de amenizar os efeitos do gás.
Em sua página de Facebook, o bar afirma que a PM jogou bombas de gás lacrimogêneo contra o estabelecimento, onde ocorria um show naquele momento.
“Não acontecia nenhum tipo de protesto ou movimentação na rua e apenas nosso estabelecimento que sofreu o ataque”, diz a postagem.
Restaurante Al Janiah abriga pessoas que foram perseguidas e atacadas pela PM sem motivo algum. Lá fora bombas. pic.twitter.com/dRcYkkCazJ
— Ocupe a democracia (@OcupeDemocracia) 2 de setembro de 2016
O bar Al Janiah fica localizado próximo à Avenida Nove de Julho, no centro de São Paulo, perto de onde ocorria o protesto contra o impeachment de Dilma Rousseff.
Hasan Zarif, um dos responsáveis pelo bar e integrante do Movimento Palestina para Tod@s, disse a Opera Mundi que foi até a rua dizer aos policiais que ali funcionava um estabelecimento comercial, o que não interrompeu o ataque.
“Falei que era um restaurante e mesmo assim jogaram mais duas bombas contra a porta do bar”, disse Zarif. Àquela altura, segundo ele, “não tinha mais ninguém na rua e nem na porta do restaurante”.
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“Eu estava lá fora com amigos e fomos bombardeados pela PM de forma surpreendente e covarde!”, diz um comentário na página do bar. “Fiquei chocada demais. Mal sei como descrever o que passamos porque parecia mentira. Surreal”, diz outra frequentadora.
Pânico entre os clientes do Al Janiah, restaurante foi tomado pelo cheiro forte de gás, na região central. pic.twitter.com/Lz3tTsDcNO
— JCK MÍDIA. (@jckmidia) 2 de setembro de 2016q
“Não sabemos se o primeiro ataque foi intencional ao nosso espaço ou não. Mas, agora podemos estar no radar da repressão”, diz a nota do estabelecimento, que agradece a solidariedade recebida após o episódio.
Na quarta-feira, durante o mesmo protesto, uma estudante universitária foi atingida por estilhaços de uma bomba e perdeu a visão no olho esquerdo.
Opera Mundi entrou em contato com as assessorias de imprensa da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e da Polícia Militar e aguarda uma resposta.