O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair iniciou hoje (1) sua primeira visita à Faixa de Gaza desde que, em junho de 2007, foi nomeado enviado do Quarteto de Madri (Estados Unidos, Rússia, ONU e União Europeia) para o Oriente Médio. A viagem acontece em meio a um novo episódio de tensão entre israelenses e palestinos: o líder israelense, Ehud Olmert, ameaçou hoje dar uma resposta “dolorosa, forte e inflexível” às milícias palestinas, após 11 foguetes terem caído, entre sexta-feira (27) e sábado (28), no sul de Israel.
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Blair iniciou o dia inspecionando a destruição causada pelos 22 dias da ofensiva israelense que, entre 27 de dezembro e 18 de janeiro, matou cerca de 1,4 mil palestinos, feriu aproximadamente 5,5 mil e causou danos a 14 mil casas.”Queria vir para ouvir de primeira mão o povo de Gaza, cujas vidas foram tão negativamente afetadas pelo recente conflito”, disse.
O enviado especial visitou o bairro Abed Rabbo, no leste do campo de refugiados de Jabalya (norte de Gaza), onde o Exército israelense colocou abaixo dezenas de casas. Depois, o britânico foi a uma escola da agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) em Beit Hanoun, também alvejada pelos militares israelenses.
O ex-primeiro-ministro disse que levará todas as suas impressões à conferência internacional para a reconstrução de Gaza, que acontece amanhã no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh.
O enviado do Quarteto de Madri não planeja se reunir com líderes do movimento islâmico, em respeito ao boicote que a comunidade internacional adotou até que o Hamas reconheça o direito de Israel a um Estado, respeite os acordos já assinados pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e renuncie à violência.
O Quarteto, criado em abril de 2002 para trabalhar a favor de uma paz definitiva no Oriente Médio, se reunirá em Sharm el-Sheikh paralelamente à cúpula para a reconstrução de Gaza.
Israel ameaça atacar
Ehud Olmert afirmou, durante reunião semanal dos ministros israelenses, que Israel responderá aos projéteis palestinos “até que as organizações terroristas entendam que o país não está disposto a aceitar essa forma de terrorismo”. “Israel tem um amplo leque de opções que pode empregar” e as “utilizará até que a tranquilidade chegue ao sul” do país, acrescentou.
Até agora, o Exército israelense responde aos foguetes bombardeando os túneis subterrâneos entre Gaza e Egito, usados para o contrabando de armas e de alimentos e artigos básicos em falta devido ao bloqueio imposto à Faixa de Gaza.
Para Olmert, que será substituído pelo conservador Benjamin Netanyahu quando este formar o novo Governo,”os terroristas, liderados pelo Hamas, estão tentando se recuperar do duro golpe que sofreram” na ofensiva que matou cerca de 1,4 mil palestinos e feriu aproximadamente 5,5 mil.
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