Bolívia: incêndio na Prefeitura de El Alto, segunda maior cidade do país, deixa seis mortos
Fogo começou após manifestantes da Federação de Pais de Família, que pediam melhorias na educação, entrarem no prédio
Seis pessoas morreram e 31 ficaram feridas durante o incêndio ocorrido na Prefeitura da cidade boliviana de El Alto nesta quarta-feira (17/02). O fogo começou após manifestantes da Federação de Pais de Família, organização que pede reformas na infraestrutura escolar da cidade, entrarem no edifício.
EFE
Com o fogo, funcionários da Prefeitura chegaram a quebrar janelas e a pular do prédio
O representante da Federação, Luis Limachi, afirmou que a ação violenta foi feita por pessoas “infiltradas”. “Quando chegamos aos escritórios da Prefeitura, às 9h30min, pedimos que a prefeita [Soledad Chapetón] nos recebesse para dialogarmos sobre nossas demandas, mas, creio que por sua segurança, ela não se encontrava no local. Ao saber disso, vários grupos de infiltrados começaram a agitar as pessoas. Quisemos apaziguar, os jovens nos agrediram e nos dispersamos por volta das 10h15min da manhã”, afirmou Limachi.
Segundo o secretário municipal de Segurança, Dorian Ulloa, os manifestantes entraram nos escritórios e roubaram computadores, móveis e documentos. Em seguida, afirma, atearam fogo no local.
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Limachi disse que as pessoas infiltradas foram as mesmas que não permitiram o acesso da polícia e dos bombeiros ao prédio. “Nós somos revolucionários, não cometemos vandalismo”, disse ele.
EFE
A presidente da Câmara dos Deputados da Bolívia pediu que o caso não seja utilizado politicamente
A prefeita de El Alto, Soledad Chapetón, afirmou que o incêndio foi uma ação deliberada para queimar documentos arquivados na Prefeitura que faziam parte de denúncias contra funcionários da gestão anterior, do MAS (Movimento ao Socialismo). O partido de Chapetón, Unidade Nacional, faz oposição ao governo do presidente Evo Morales, do MAS.
Nesta quinta-feira (18/02), a presidente da Câmara dos Deputados da Bolívia, Gabriela Montaño (MAS), pediu que “não se utilize o assunto politicamente”. Ela disse que o Legislativo irá investigar o ocorrido. Montaño fez a declaração à imprensa juntamente com o presidente do Senado, Alberto Gonzales (MAS), que manifestou condolências.
Vítimas de asfixia, todas as seis pessoas que morreram trabalhavam na Prefeitura. Funcionários tiveram que quebrar janelas e pular do prédio para não morrerem asfixiados. A cidade, segunda mais populosa da Bolívia, está localizada no departamento de La Paz, no oeste do país.
