O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indiciado pela Polícia Federal (PF) por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado, comentou nesta quinta-feira (28/11) sobre a possibilidade de buscar asilo em uma embaixada e negou envolvimento em um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Embaixada, pelo que vejo na história do mundo, quem se vê perseguido, pode ir para lá”, afirmou Bolsonaro em entrevista ao portal de notícias UOL. “Se eu devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado”, completou, mencionando uma viagem que o próprio relatório da PF aponta como parte de um plano de fuga para aguardar o desfecho do golpe falho e do 8 de janeiro de 2023.
O ex-presidente afirmou, ainda, que não pode viver com o medo de ser perseguido e citou as três operações de busca e apreensão realizadas pela PF contra ele. “Vivemos num mundo de arbitrariedades. Eu não posso ir dormir preocupado de que a PF vai estar na minha casa amanhã cedo. Já tive três operações de busca e apreensão. Absurdas, absurdas. Corro o risco, sem dever nada”, acrescentou.
Bolsonaro foi indiciado na semana passada pela PF, junto com outras 36 pessoas, pelos supostos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado de Direito e organização criminosa.
Ao ser questionado sobre o plano de golpe, ele afirmou: “Que plano era esse? Dar um golpe com um general da reserva, três ou quatro oficiais e um agente da PF? Ali no prédio da Presidência trabalham mais ou menos 500 pessoas. Eu sei o que cada um está fazendo?”
Ele também foi questionado sobre a suposta tentativa de assassinato contra o então presidente eleito Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. “O que é esse plano Punhal Verde e Amarelo de que você fala? É de 2022. Não tenho a menor ideia do que seja isso. Começou a ser colocado em prática? Pelo que eu sei, não”, respondeu.
(*) Com Ansa.