Domingo, 20 de abril de 2025
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O governo do Brasil ainda estuda se deve se pronunciar sobre a vitória contestada pela oposição de Daniel Noboa, que disputou pela reeleição no Equador contra a candidata de esquerda Luisa González.

Opera Mundi apurou que Brasília tem mantido “cautela” para se pronunciar sobre resultados eleitorais quando estes são contestados por uma das partes, tratando-se de uma “avaliação política” que deve ser realizada “em instâncias mais altas”. Entretanto, nos bastidores, o governo Lula, no momento, “não tem planos” para emitir uma declaração a respeito da eleição no Equador.

Fontes do Itamaraty consultadas pela reportagem afirmaram que foi descartada a possibilidade da solicitação das atas, como no caso das eleições na Venezuela que reelegeram Nicolás Maduro em julho de 2024, uma vez que o Brasil não foi convidado pelo governo equatoriano para mediar a situação posterior ao processo eleitoral do país.

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Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, outras lideranças progressistas da América Latina, como o uruguaio Yamandú Orsi e o colombiano Gustavo Petro, não emitiram saudações em redes sociais até o fechamento desta reportagem. A reportagem também foi informada de que os pronunciamentos publicados pelo chefe de Estado brasileiro não passam pelo Ministério das Relações Exteriores. 

Segundo a apuração, caso o cenário pós-eleitoral do Equador acabe por instaurar uma crise política no país, a expectativa é de que Brasil tome medidas para ajudar a manter estabilidade na região. 

Luisa González e presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em março deste ano
Ricardo Stuckert/PR

Oposição não reconhece resultado

De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Noboa venceu as presidenciais de domingo (13/04) por 55% contra 44% de González, do Movimento Revolução Cidadã, sigla da oposição.

A reeleição do mandatário de direita gerou questionamento de atores políticos progressistas dentro e fora do Equador, após uma série de irregularidades durante o pleito, incluindo um decreto de estado de exceção às vésperas da eleição.

González e os partidos de sua unidade não reconheceram os resultados divulgados pelo CNE, afirmando que houve uma “grotesca” fraude na apuração.

Segundo um grupo de opositores, a decretação do estado de exceção suspendeu os direitos civis fundamentais, sobre a qual enfatizaram que, “coincidentemente, são as províncias onde o candidato-presidente Noboa teve baixo desempenho no primeiro turno”.