Brasil e Alemanha iniciam nova etapa de cooperação econômica
Brasil e Alemanha iniciam nova etapa de cooperação econômica
Uma bandeira do Brasil foi hasteada na frente da sede do parlamento da segunda maior cidade da Alemanha, Hamburgo. O local estava cercado por carros oficiais, escolta policial e dezenas de engravatados – cenário bem diferente de uma sexta-feira comum. Os alemães que passavam pelo local, no entanto, não tinham a menor ideia do que se tratava.
O motivo da movimentação era a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou de um fórum promovido pela associação empresarial alemã para a América Latina.
Perto dali, um casal de alemães que tomava café ficou envergonhado por não saber dizer quem era o presidente brasileiro. “Eu não vou nem arriscar um palpite, porque se errar vai ser pior”, desculpou-se a pedagoga Nicole Schatz, 47 anos.
Para Leonid Rammel, 23 anos, se o assunto não fosse no “campo político”, mas sim no “campo de futebol”, ficaria mais fácil. “Se a pergunta fosse quem são Grafite, Naldo e Diego, eu poderia responder sem pensar”, afirmou o estudante de direito, em referência aos jogadores brasileiros.
Apesar do aparente distanciamento dos alemães em relação à política brasileira, nas áreas empresarial e governamental a parceria entre os dois países está em alta.
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No evento realizado no Parlamento de Hamburgo, políticos e representantes de indústrias debateram as futuras possibilidades de negócios bilaterais. A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, esteve presente e destacou para os investidores no evento as principais oportunidades no país.
Brasil atraente
“O Brasil está aberto a negócios no setor de energia renovável, rodovias, ferrovias, além dos projetos para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016”, afirmou a ministra.
É justamente a Copa que promete ser um dos negócios mais atraentes para o investidor estrangeiro no curto prazo. O Brasil pretende gastar mais de 1 bilhão de reais para garantir o sucesso do mundial.
Outro setor atraente é o de transportes. Com um sistema ferroviário moderno e funcional, os alemães estão de olho nesse nicho, que no Brasil evolui a passos lentos.
O governo brasileiro também espera cooperação da Alemanha na tecnologia para exploração do pré-sal, já que a Petrobras é responsável por 22% de toda busca de petróleo em águas profundas.
“O Brasil tem passado cada vez mais segurança, tem se destacado pela estabilidade e isso o coloca em uma posição de destaque na América Latina. É, sem dúvida, um país maduro com um mercado muito atraente”, afirmou o empresário alemão Joachim Legler, representante da Inab Industrie, empresa do setor de máquinas da cidade de Heidelberg.
Os números refletem essa confiança: entre 2003 e 2008, o intercâmbio comercial entre Brasil e Alemanha cresceu mais de 180%. No final do ano passado, o índice atingiu o recorde de 5,9 bilhões de dólares. No primeiro quadrimestre deste ano, a Alemanha foi o maior investidor direto no Brasil.
O presidente Lula aproveitou a oportunidade para pressionar os países ricos, a poucos dias da conferência da ONU sobre mudança climática, a CoP-15, que começa na segunda-feira (7), na Dinamarca.
“Nós queremos chegar em Copenhague desafiando os outros países a cumprirem pelo menos aquilo que o Brasil está se propondo cumprir”, afirmou o presidente.
Assista ao vídeo com a declaração de Lula:
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