Os ministros das Relações Exteriores do Brasil e da Argentina, Celso Amorim e Jorge Taiana, acham necessário os dois países buscarem “medidas criativas” para reverter a queda no comércio bilateral, causada, especialmente, pela crise econômica mundial. Para isso, foi criado um grupo de trabalho que deve discutir quais as providências possíveis.
Segundo Amorim, a diplomacia brasileira acredita que, se forem bem trabalhados os aspectos que tratem, por exemplo, da integração de cadeias produtivas no Mercosul e que estimulem as exportações argentinas, atitudes como as que foram tomadas no país vizinho, a respeito das licenças não automáticas para importação de produtos brasileiros, se tornarão desnecessárias.
Leia mais:
Argentina mantém licença para importação
De acordo com os dois chanceleres, o primeiro encontro, ontem (17), em Brasília, foi bastante produtivo, apesar de não haver concordância em todos os pontos. Taiana e Amorim destacaram, em declaração à imprensa, que essa foi uma oportunidade para que os dois governos apresentassem, de forma honesta, os seus pontos de vista.
O brasileiro disse que os dois governos concordam que o objetivo das negociações deve ser fortalecer a relação bilateral e buscar o crescimento do comércio, “respeitando aqui e ali as sensibilidades que existam, mas sempre em busca do aprofundamento da nossa relação”.
Na pauta da reunião, as primeiras idéias sobre como minimizar os efeitos da crise. Amorim explicou que várias idéias já foram discutidas “inclusive, se necessário, por meios financeiros criativos”. No entanto, ele não quis entrar em detalhes de que medidas financeiras seriam essas.
“Elas têm que ser exploradas. Há aspectos legais, há aspectos técnicos que eu não tenho condições de responder agora, mas haverá envolvimento do Ministério da Fazenda, do Banco Central, certamente do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], como parte da representação do MDIC [Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior], em que nós podemos conceber formas de estimular o comércio para ele voltar a crescer”, argumentou.
A reunião interministerial contou também com a participação dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, além dos ministros argentinos da Economia, Carlos Fernández, e da Produção, Déborah Giorgi. Uma nova reunião do grupo de trabalho está marcada para o dia 4 de março, em Buenos Aires.
NULL
NULL
NULL