Brasil envia avião da FAB para buscar feridos e brasileiros que querem voltar

O avião Hércules C-130 da FAB (Força Aérea Brasileira) que foi buscar brasileiros no Suriname decolou às 12h40 de Brasília, informou o Comando da Aeronáutica.

O avião, com destino a Paramaribo, capital do país vizinho, para buscar cinco brasileiros feridos e dezenas de outros interessados em retornar ao Brasil, por medo de que ocorram novos ataques contra estrangeiros.

Equipado com uma UTI móvel, o Hércules levou 11 pessoas, além da tripulação: dois médicos, dois enfermeiros e representantes da Secretaria Especial de Atenção a Mulher, do Itamaraty e do Gabinete de Segurança Institucional.

O objetivo é dar assistência total às vítimas do ataque ocorrido na madrugada do último dia 25 em Albina (a 150 quilômetros de Paramaribo) contra 200 estrangeiros. Além de brasileiros, havia entre as vítimas chineses e indonésios.

Devem ser retirados do país hoje cinco brasileiros feridos e pelo menos 17 não feridos, que manifestaram o desejo de retornar ao Brasil.

A ordem, segundo o major-aviador Mauro Henrique Monsanto, é embarcar os brasileiros e imediatamente decolar para Belém do Pará. A viagem de volta está prevista para demorar pouco mais de duas horas.

Este é o segundo voo da FAB rumo ao Suriname – o primeiro foi enviado na última segunda-feira (28), três dias depois do ataque aos brasileiros.

Em entrevista à Agência Brasil, o comandante Monsanto garantiu que o Hércules C-130 foi preparado para resgatar até 20 passageiros. “Temos infraestrutura de UTI para, se necessário, realizar os primeiros socorros ainda em território surinamês”, disse.

Assistência

No grupo de cinco feridos, há dois casos mais graves, embora sem risco de vida – um homem que pode ter o braço amputado em decorrência de ferimentos causados por cortes de facão e outro que teve a mandíbula fraturada.

Na véspera de Natal, brasileiros que trabalham na exploração do garimpo de ouro na região fronteiriça com a Guiana Francesa sofreram um ataque, provocado pelos quilombolas surinameses – chamados de “marrons”- que promoveram uma noite de terror com agressões, estupros e depredações. Pelo menos 25 brasileiros ficaram feridos. Também há denúncias de que sete pessoas estariam desaparecidas.

 

Ontem, o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Antônio Patriota, afastou a possibilidade de novos ataques contra brasileiros na região. Ele afirmou que o governo do Suriname intensificou a segurança e garantiu que o ataque na véspera de Natal foi um “ato isolado”. Porém, há um alerta no país pois os brasileiros fizeram denúncias de ameaças de novos ataques no interior. As autoridades brasileiras recomendam que sejam evitadas as áreas de risco.

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