Sexta-feira, 11 de julho de 2025
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O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva orientou sua delegação, liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para rechaçar a inclusão da Venezuela no BRICS, durante a cúpula na Rússia. A informação foi antecipada pela coluna do jornalista Jamil Chade, no portal UOL, ao descrever que o “Brasil insiste que todas as decisões do grupo precisam ser tomadas por consenso”, e nesse sentido, o mandatário “sinaliza um veto ao governo de Nicolás Maduro”.

A adesão de Caracas no grupo econômico foi uma promessa de Maduro durante a campanha eleitoral que o levou à vitória nas eleições realizadas em 28 de julho. Já no fim de agosto, o chanceler venezuelano, Yván Gil, mais uma vez reforçou que seu país “está na órbita do BRICS” e que seu ingresso ao bloco seria uma “mera formalidade”.

“Podemos dizer que a Venezuela está praticamente dentro dos BRICS, enviamos representantes que participam nas comissões do grupo, das cúpulas sobre diferentes temas, de cúpulas de chanceleres nas quais eu participei, e em reuniões diversas. Estamos na órbita do BRICS”, enfatizou o chefe da diplomacia venezuelana, na ocasião.

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A cúpula do BRICS ocorre entre esta terça-feira (22/10) e quinta-feira (24/10), na cidade russa de Kazan. O presidente Lula não pôde comparecer devido a um acidente doméstico no domingo (20/10) na residência oficial da Presidência, ocasião em que feriu a cabeça e acabou sendo internado no Hospital Sírio-Libanês. No entanto, o mandatário brasileiro participará do encontro por videoconferência.

A Rússia, que preside os BRICS neste ano, informou que, ao todo, 32 países confirmaram presença na cúpula, sendo 23 chefes de Estado. Dos dez membros plenos, apenas o Brasil e a Arábia Saudita não vão enviar o representante máximo da nação.

X/Lula
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva participará da cúpula do BRICS, na cidade de Kazan, na Rússia, por videoconferência após ter sofrido em acidente doméstico na residência da Presidência no domingo (20/10)

Vale lembrar que, apesar da confirmação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, por diversas vezes o mandatário brasileiro declarou não reconhecer o resultado do pleito que elegeu Maduro na disputa eleitoral contra o candidato de extrema direita, Edmundo González Urrutia, que fugiu para a Espanha.

Entretanto, em setembro, Lula afirmou que seu posicionamento em relação ao resultado eleitoral da nação de seu homólogo não afetaria a relação de ambos os países. 

“Como eu também não reconheço o fato de a oposição ter ganhado. Ali só tem uma solução: fazer uma nova eleição”, sugeriu a uma rádio de Goiás.

Candidaturas no BRICS

A expectativa de que novos países podem ser aceitos no bloco é alimentada pelo fato de, na cúpula anterior – realizada em Johanesburgo, na África do Sul –, cinco novos países passaram a formar parte do bloco: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.

O BRICS foi fundado em 2009, quando se chamava apenas “BRIC” e era formado por Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, com a inclusão da África do Sul, a sigla ganha a letra S (pelo nome do país em inglês: South Africa) e adquire seu formato atual.

Entre as nações latino-americanas e caribenhas, há outros seis pedidos de adesão, além do apresentado por Caracas. São os casos de Barbados, Bolívia, Colômbia, Cuba, Honduras e Nicarágua.