A balança comercial do primeiro semestre de 2009 teve superávit de 13,987 bilhões de dólares, 23,8% maior que no mesmo período de 2008. O mês de junho teve um saldo positivo de 4,625 bilhões de dólares, maior valor mensal registrado desde dezembro de 2006, dado que reflete uma queda das importações em meio à diminuição do ritmo econômico mundial. Houve também um raro déficit no comércio com a Argentina.
Dados divulgados pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) hoje (1º) mostram que as exportações também caíram: 22,8% em relação ao primeiro semestre de 2008, ante uma queda de 29,46% nas importações.
As importações ficaram mais caras porque o dólar está mais caro neste ano em comparação com o ano passado. A indústria nacional também foi afetada pela queda na demanda mundial e reduziu significativamente as compras externas.
Economistas de instituições financeiras privadas consultados na semana passada pelo Banco Central preveem que o país irá fechar o ano com um superávit de 21,5 bilhões de dólares, 3,2 bilhões de dólares a menos que a marca registrada no ano passado. No começo do ano, estipulava-se que o saldo seria de apenas 16 bilhões de dólares. O recorde histórico foi registrado em 2006: 46,4 bilhões de dólares.
Argentina
Pela primeira vez desde 2003, a Argentina registrou superávit comercial com o Brasil. O déficit brasileiro ficou em 48 milhões de dólares no primeiro semestre com a queda de 42,5% nas exportações para o país vizinho. As importações também tiveram queda, mas bem inferior: 19,5%.
“O Brasil não tem obsessão em ter superávit com todos os parceiros comerciais”, disse Welber Barral, secretário de Comércio Exterior do MDIC, durante coletiva de imprensa. Mas ele se mostrou apreensivo com as recentes restrições alfandegárias implantadas. “A situação das barreiras com a Argentina é preocupante. O Brasil tem interesse em contribuir para o desenvolvimento harmônico com seus parceiros do Mercosul, mas qualquer parceiro que queira acesso ao mercado brasileiro deve garantir acesso ao seu mercado”.
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Entre os principais setores brasileiros afetados por barreiras comerciais impostas pela Argentina no ano passado, estão: têxteis (queda de 44,7% nas exportações no semestre); calçados (-26,7%), eletrodomésticos da linha branca (-42,3%), móveis (-50,2%) e embreagens (-4,2%).
Haverá uma reunião bilateral em Brasília no dia 14 de julho, e este assunto deve estar em pauta.
China
Enquanto quase todos os principais blocos econômicos registraram queda nas importações de produtos brasileiros, a Ásia aumentou em 32,9% em relação ao primeiro semestre do ano passado. No caso específico da China, a alta foi de 64,4%, com um montante de 10,45 bilhões de dólares, ultrapassando os Estados Unidos (7,23 bilhões de dólares) como maior comprador de produtos nacionais.
“As exportações tem aumentado como um todo para a Ásia. Vamos ter um saldo importante com a China”, declarou Barral.
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