A brasileira Paula Oliveira confessou, na última sexta-feira (13), não ter sido agredida por neonazistas e também assumiu que não estava grávida na ocasião do ataque à polícia, afirmou a Procuradoria de Zurique hoje. A confissão foi assinada quando a advogada ainda estava internada no hospital universitário da cidade.
Reportagem publicada ontem pelo jornal suíço Die Weltwoche dizia que Paula havia confessado ter se cortado no banheiro da mesma estação de trem -onde antes afirmava ter sofrido o aborto – com uma faca de cozinha comprada. Paula teria dito também à polícia suíça que nunca esteve grávida de gêmeos.
A Promotoria da capital suíça abriu uma investigação penal ontem contra a brasileira por ter mentido para autoridades suíças. O órgão apura as motivações, se a ação foi premeditada e se houveram cúmplices.
O passaporte de Paula foi confiscado e enquanto durarem as investigações ela está proibida de deixar o país. “Esta medida garante que a mulher permaneça na Suíça o tempo que sua presença for necessária para o inquérito e até que todas as providências da investigação tenham sido tomadas”, segundo o comunicado do governo suíço.
A brasileira pode ser obrigada a passar por tratamento psicológico, pagar multa ou cumprir prisão de até três anos, caso seja comprovado que tenha enganado o estado.
Líder suíço minimiza episódio
O presidente suíço, Hanz Rudolf Merz, minimizou hoje o assunto da brasileira Paula Oliveira, que causou polêmica entre suíços e brasileiros. “Não temos que exagerar, o assunto é um caso menor, que aqueceu demais os ânimos”, disse o presidente suíço, em um encontro com jornalistas estrangeiros.
“Houve muito barulho na sociedade, mas não terá nenhum efeito em nível de Estados”, acrescentou o presidente, que descartou, portanto, que o assunto cause uma deterioração das relações entre Suíça e Brasil.
Em relação à crítica de que o governo brasileiro teria se precipitado ao fazer declarações sobre o caso, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou ontem ao site de notícias G1, que desde o início, foi cobrada uma investigação séria. “Manifestamos o nosso desejo de que houvesse uma apuração, inclusive o meu gabinete teve contato constante com o gabinete da ministra de Relações Exteriores da Suíça. Eles nos garantiram que haveria apuração e é isso que está ocorrendo”.
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