A brasileira Paula Oliveira – protagonista de uma saia-justa diplomática entre o governo brasileiro e suíço em fevereiro – foi internada em um hospital psiquiátrico em Zurique, na Suíça. Há três meses a advogada fingiu que sofreu um ataque neonazista. Fontes do Judiciário suíço garantiram que a internação não foi feita por ordem judicial e teria partido de médicos e da própria família.
Em fevereiro, Paula, 27 anos, afirmou à polícia que havia sido atacada por neonazistas em uma estação de trem no subúrbio da cidade, onde morava com o namorado Marco Trepp. Ela também afirmou que o ataque teria feito com que abortasse os filhos gêmeos.
Contudo, as alegações eram falsas. Paula confessou que havia simulado a agressão e que jamais esteve grávida. Ontem (27), a porta-voz da Polícia de Zurique, Brigitte Vogt, confirmou que o caso está resolvido. “Não há mais o que investigar. Está tudo claro”, disse segundo o Jornal da Tarde. “A polícia não tem dúvidas de que o ataque foi simulado”. Agora, falta apenas a sentença judicial que defina seu futuro.
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A brasileira é alvo de um processo por falso testemunho, mas sua condição psiquiátrica é instável. Seu advogado, Roger Muller, confirmou que Paula tem “acompanhamento profissional”, e que seu quadro é “complicado”, mas não entrou em detalhes.
Para a Justiça o que importa é o estado mental do dia em que ela simulou o ataque. Se ficar provado que a ré já tinha problemas psiquiátricos, ela apenas pagaria uma multa. Se o juiz entender diferente, Paula pode ir presa.
Segundo o advogado constitucionalista da PUC-SP, Luiz Flávio Gomes, os problemas psiquiátricos de Paula podem não ser somente uma estratégia de defesa. “Desde o início ela aparentou ter graves problemas mentais, e os juízes devem considerar isso”. Caso o crime tivesse sido perpetrado no Brasil, Paula poderia pegar entre um e dois anos de prisão, explicou Gomes.
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