Terça-feira, 15 de julho de 2025
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A Câmara dos Comuns do Reino Unido aprovou nesta terça-feira (29/01) uma moção que confere mandato para a primeira-ministra Theresa May voltar a Bruxelas e rediscutir o acordo do “Brexit” com a União Europeia.

A medida recebeu 317 votos a favor e 301 contra e foi apresentada pelo deputado Graham Brady. Seu objetivo é buscar alternativas ao chamado “backstop”, mecanismo que prevê a manutenção de fronteiras abertas entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a República da Irlanda, Estado-membro da UE.

Esse recurso foi incluído no acordo para evitar o ressurgimento de bloqueios na divisa entre os dois territórios, o que violaria o tratado de paz de 1998. O backstop seria ativado caso Londres e Bruxelas não firmassem um tratado comercial e aduaneiro até o fim do período de transição do Brexit, em 31 de dezembro de 2020, prorrogável por mais um ano.

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Críticos do acordo alcançado por May, no entanto, temiam que isso criasse uma espécie de fronteira entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido, embora a primeira-ministra tenha garantido que haveria tempo suficiente para evitar a ativação do backstop.

A União Europeia, por sua vez, não tem intenção de renegociar o Brexit, já que não abre mão do backstop. “O acordo é o melhor possível e não é renegociável”, afirmou nesta terça o presidente da França, Emmanuel Macron, durante uma reunião de países mediterrâneos no Chipre.

“O acordo alcançado é o melhor possível e o único modo de garantir uma saída ordenada do Reino Unido da UE. O backstop é parte desse acordo, que não está aberto a novas negociações”, reforçou o chefe do Conselho Europeu, Donald Tusk.

Na mesma sessão, a Câmara dos Comuns rejeitou uma emenda que pedia o adiamento do Brexit, marcado para 29 de março de 2019, caso o “divórcio” não fosse aprovado pelo Parlamento até 26 de fevereiro. O objetivo era afastar o risco de uma ruptura sem acordo, ou seja, sem período de transição e com potenciais riscos para a economia britânica e europeia.

Os deputados também rejeitaram uma emenda da oposição trabalhista que pregava ideias alternativas para o Brexit, como um rompimento mais suave, com a permanência do Reino Unido em uma união aduaneira com o bloco, e a possível convocação de um segundo plebiscito sobre o tema.

Parlamento aprova moção para modificar acordo do Brexit; A UE, no entanto, já disse que não rediscutirá o tratado

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