No próximo domingo (15), cerca de 4,2 milhões de salvadorenhos irão às urnas para eleger o próximo presidente salvadorenho. As pesquisas apontam vantagem do candidato do partido de esquerda Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), Mauricio Funes, que usou a proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como arma de campanha.
Raymundo Calderón, professor da Faculdade de Ciências e Humanidades da Universidade de El Salvador, disse que a estratégia publicitária de Funes de se mostrar próximo a presidentes de esquerda moderada, como Lula, “tem aumentado o seu fluxo de votos”.
Funes, um ex-jornalista, é casado com Vanda Pignat, que é a representante do Partido dos Trabalhadores (PT) para a América Central, e se já reuniu quatro vezes com Lula.
Em maio de 2008, Lula recebeu Funes no Palácio do Planalto, em Brasília, “para analisar aspectos da cooperação entre os dois países”.
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Depois da reunião, Funes disse: “O presidente Lula me disse que seus técnicos poderão aconselhar-nos em El Salvador para a execução bem-sucedida da experiência brasileira de combate à pobreza.”
“Identifico-me com o presidente Lula porque ele implementou programas efetivos para criar empregos e combater a pobreza”, comentou Funes a seus simpatizantes durante um comício no povoado de San Luis la Herradura, ao sul de San Salvador, esta semana.
Há meses, o aspirante do FMLN mostra Lula em anúncios televisivos como exemplo por ter derrotado a campanha de medo no Brasil, quando foi eleito pela primeira vez, em 2002.
Em um desses “spots”, o empresário Ricardo Luedy é quem clama a seus “irmãos salvadorenhos a que não tenham medo da mudança”, como aconteceu no Brasil há sete anos.
“Quero estar ao lado de líderes inovadores como Obama e Lula. Lula tem demonstrado que é possível fazer um governo popular, com economia forte e distribuição de riqueza; ambos são exemplos que seguirei” diz Funes em outro anúncio.
Uma pesquisa do Instituto Universitário de Opinião Pública (Iudop) realizada entre dia primeiro e 15 de fevereiro, e publicada no fim desse mês, deu a Funes 49,3% sobre 31,7% para Ávila, ou seja, uma vantagem de 17,6 pontos porcentuais ainda que 14,3%das pessoas tenham se negado a declarar em quem votariam.
Além de Lula, Funes se reuniu com Cristina Kirchner da Argentina, Michelle Bachelet do Chile, Martín Torrijos do Panamá, Leonel Fernández da República Dominicana, José Luis Zapatero da Espanha e vários funcionários e parlamentares norte-americanos e europeus.
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